quinta-feira, 13 de maio de 2010

eterno enquanto dure


Da casa dos meus avós paternos, em Arroios, saiu um considerável recheio. Espólio dividido entre os cinco netos, onde cada um ía escolhendo esta ou aquela peça, por afinidade, uma vez que cada um de nós cresceu com aqueles pertences. Não me desfiz, até hoje, e já se passaram quase quinze anos, de nada do que de lá carreguei, e em cada um desses objectos revejo os bons e tranquilos momentos em que eles, os objectos eram reis e senhores da enorme casa de Arroios, dando-lhe vida. Mais que móveis, dos que me couberam, eles fazem parte da vida dos meus avós, e de quem lá morou, e fomos muitos. Ainda hoje sei os pertences que meticulosamente a minha avó colocava em cada um deles. E de certa forma, neles vivem ainda os seus antigos donos. Por isso, dediquei parte da minha folga, no restauro de um deles. E faz todo o sentido que assim seja.

2 comentários:

  1. Tu não me digas que essa mesa pertence!... É que é linda!!!

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  2. Talvez pelo excesso de memórias que acarta, não sou muito de os guardar. Numa tentantiva, ainda que vã, de atenuar sentimentos que foram fortes. Tenho um anjo da guarda da minha avó, e pouco mais. E ainda hoje sinto uma lágrima no olho quando o encaro a fundo...

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Sputnickadelas