sexta-feira, 14 de maio de 2010

Com papas e bolos...


E o homem a quem chamam, de santo, porventura porque fez algum milagre, outrora pastor alemão, depois de visitar a terra onde os pastorinhos receberam confidências, que alguns atribuem grande mistério, está de partida, vai hoje para Roma, para leste.
Para trás ficam as multidões, os choros, os risos, as velas, as promessas, as emoções, e as comoções, os peluches Made in China a debitar o Pai Nosso, em sotaque de Vera Cruz. Vai-se o papamóvel também, e a comitiva. Ficam os helicópteros, os caças, as limousines, os seguranças, as tropas, as brigadas e os serviços secretos. Fica o Aníbal a pensar nos casamentos gay. Ficam os devotos rejubilantes, com mais um não ao aborto. Ficam os preservativos por distribuir, e o silêncio sobre a Sida. Sobre a pedofilia, apenas um lamento em forma de vitimização - o mal vem de dentro. Ficam as ruas por limpar, o quotidiano por retomar, e as contas por fazer, da despesa que causou ao meu país, esta digressão, onde o disco que toca é sempre o mesmo.
Ficou-me a imagem de Salazar, na única alusão de sua santidade a um português, Cerejeira, de seu nome.
Do balanço à visita, Cavaco já veio a público dizer que é positivo, que a visita deu "esperança" ao povo português. Eu discordo, e corrijo, a visita não modificou em nada, a pouca qualidade de vida cá do pessoal. A haver uma palavra, a adequada seria "desespero", dadas as recentes medidas fiscais.
Da visita do papa, eu diria que, de leste nada de novo.

2 comentários:

  1. Parabéns por este :):) muito bom :):)

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  2. Jesus disse:
    "A César o que é de César, a Deus o que é de Deus"

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Sputnickadelas