
Todos os grandes dotados já idos, próximos de génios do mundo da música, decerto que se sentiam melhor que nunca, no palco, na tentativa da comunhão com um público também ele ávido da fusão. Porém, nem sempre é fácil, pois entre o génio e o público, estão o álcool, as drogas, os roadies, os managers, os contratos, as luzes, os acordes, o alinhamento, os amores, as alegrias, as decepções, as regras, os seguranças, o cenário, a roupa, as exigências de contrato, e toda uma quantidade de cordelinhos invisíveis que tantas vezes conseguem transformar o que deveria ser a entrega da obra a quem de direito, numa espécie de frete, e de um espectáculo sem amor. Politicamente correcto, mas prostituído em nome da facturação. Estou certo que Amy gostava do que fazia, mas tal como Hendrix, Morrisson, Joplin, não entrou nos trilhos convencionais, e daí que, uma vez circulando em rotas de alta velocidade, a colisão estava mais que previsível. Por mim, ambos perderam, Amy e o mundo. Perderam também todos os que já partiram até com mais idade, como por exemplo Gary Moore, ou o saudoso Freddie Mercury. Nós por cá, o dito mundo, ainda se contenta com a obra, as colectâneas, lamentando o corte abrupto que ditará o fim dos inéditos e das novas composições. Mas eles, os que partiram, será que sabem, onde porventura estejam, que não vão mais ouvir o estrondo de um público em transe a berrar por um encore?
:):) e pronto :)
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