quarta-feira, 13 de julho de 2011

comprei uma garrafa de Casal Garcia

Longe vão os tempos do primeiro festival em Vilar de Mouros, dos concertos no Monumental, ou no Dramático de Cascais. Longe vão os festivais, dentro da festa do Avante, no Alto da Ajuda, os quais embora ainda se realizem, na festa, hoje sita na Amora, já não têm pesos-pesados nos palcos, como antes. A militância, a estes eventos tinha muitas vezes contornos de sacrifício, dadas as poucas condições (não) existentes à época, e dados os parcos recursos daqueles que constituíam o público. Lembro-me de começar a poupar para o bilhete, viajem e alimentação, assim que se anunciava um espectáculo.
Hoje temos festivais a dar com um pau, e todos eles cheios de maltinha que em grande maioria vai porque vai, e não com aquela tal devoção de outrora. Sairão todos, de todos os festivais, a dizer - brutal, aquilo foi brutal - e colocarão montes de fotos nas redes sociais. Não querendo ser velho do Restelo, arrisco em dizer que hoje se vai mais por moda, do que pela devoção. Mas como a causa é válida - música, acho muito bem a comparência, e os recintos a abarrotar, o que não deixa de fazer pensar, que esta geração que esgota as lotações dos festivais, e não abdica das suas férias em brutais praias, é, aparentemente, a mesma que se diz à rasca. Como diz o anúncio do restaurador Olex - pois olhe...não parece. E talvez digam o mesmo, os tipos que pasmaram com as nossas pontes entre feriados, os da troika.

1 comentário:

Sputnickadelas