sábado, 9 de julho de 2011

partidas

Num recente programa televisivo, os vários participantes comungaram na homenagem que fizeram a Maria José Nogueira Pinto, na afirmação de que MJNP tinha partido em paz, dada a sua fé. Fiquei, e penso que todos quantos escutaram estas opiniões, com a sensação de que a mensagem é mais ou menos isto - se és crente e tens fé, partirás em paz, se não a tens, nada feito. Recordei, alguém que partiu, também cedo demais, tal como MJNP, vítima da mesma cruel doença, o António Feio. Recordei também que AF, aparentemente partiu, em paz, sem mencionar a fé. Digo aparentemente, porque apenas a pessoa sabe do que lhe vai na alma, e pode essa pessoa, transmitir ou não, esse sentir. AF e MJNP, partiram em paz, porque foram em vida felizes, realizados, fizeram o que queriam e sabiam fazer. Por isso, olhando para trás, ambos sentiram que valeu a pena, viver a vida da forma como a viveram. Contudo, perante a sentença de partir tão cedo, atrevo-me a arriscar que, em ambos também tenha residido a revolta, e a questão - porquê eu, porquê tão cedo, afinal ainda vou a meio do caminho. E aí, apenas aí vejo a diferença - quem tem a fé, atribui a razão, a resposta, a decisão, a quem lá do alto, e segundo crêm, decide.

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