segunda-feira, 27 de junho de 2011

Passos económicos

Bastou o nosso debutante Passos tomar uma medida económica, - viajar em turística, declinando a executiva - mesmo que sendo um exercício ao nada, pois 400 x zero é igual a 50000 x zero, e logo se levantaram os coros de abutres à espera do primeiro espalhanço do novo 1º ministro. Bem, segundo espalhanço, atendendo ao chumbo do Nobre. Mesmo sendo difícil admitir que Passos não sabia que o governo e penduras viajam de borla - talvez aqui se encontre um dos motivos das contas negativas da TAP - foi uma atitude louvável e comercial. Isto porque, ficaram lugares vagos, para vender, na classe primeira. E até novos episódios, confio. Estou de boa fé.
Uma vez, a sorte bafejou-me, e porque havia um problema no meu assento na turística, não havendo mais nenhuma vaga, fui colocado na classe executiva, num voo que demorou dez horas, e constatei - é outra forma de viajar. Espero curioso, verificar onde se sentará Passos, em voos futuros, que decerto fará, para mais longe, e fora desta fase de núpcias. Com esta atitude, Passos jogou uma carta complicada, pois quando tornar a viajar, se mudar da fila 23 para a 1, não estará a ser coerente. Se se mover em carros pretos, de alta cilindrada, não estará a economizar, nem a dar bons exemplos. Mais ainda, se como tudo indica, este governo vier pedir os sacrifícios anunciados, e a atitude na prática não revelar humildade e verdadeira contenção nos gastos do estado, então teremos que juntar Passos à galeria onde já figuram Barroso e Sócrates. A este novo governo, mesmo incluindo alguém que nos tramou com os submarinos, exige-se o estatuto de mulher de César. Creio que o pessoal estará atento, e para quem conhece a canção, será mais ou menos como escreveu Chico Buarque - e qualquer desatenção, faça não, pode ser a gota d'água.

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