sexta-feira, 25 de março de 2011

páginas

Diz-se que, por vezes não basta virar a página, que há que arrancá-la e rasgá-la. Não subscrevo.
Quando te perdi, adimito, doeu, fiz o meu luto. Evitáva-te. Afinal foram muitos anos de plena cumplicidade, de momentos inesquecíveis, que estão bem guardados. Porque a página foi virada, mas não rasgada. Eras o meu vício, o meu escape, a minha fuga , o porto de abrigo. Eras também o hábito e a rotina. Quando decidi perder-te, recordei as páginas, com um misto e alívio e nostalgia, e alguma ansiedade em as virar, de partir para outros lugares, sem as tuas garras sempre tão seguras.
As novas páginas, deram-me outros alentos, outros sabores, outros cheiros, que compreensívelmente não possuis. Tu és tu, com as tuas particularidades que te tornam única. Porém, não mais minha, nem eu teu. Vez ou outra busquei-te, mas não houve sabor, não houve empatia, eu era apenas mais um, tal como a rosa do Principe, deixaramos de ser únicos. O luto não estava concluído. Havia que retornar às novas páginas, às novas sensações saboreadas num clima de bem mais e melhor que você, como diz o Chico.
Contudo, uma relação como a nossa, solidificada por tantos anos de total partilha, não se rasga. Nem que se mudem tempos e vontades. Hoje não te tenho como tive, mas já te tenho outra vez. Já te sinto o pulsar, e tu, já me sentes a alma. Porque nos reconhecemos. Isso foi vincado no dia de ontem. Posso dizer-te, que mesmo que em ti não durma nunca mais, mesmo que a outros pretenças, não deixarás de ser minha, porque te sinto. Não serei tão assíduo com antes, não serei só teu, como sabes, mas sabes que a ti rumarei a partir da página de ontem, muito mais - Aldeia do Meco. Meu aconchego Natural.


5 comentários:

  1. Bom, e eu por cá já deambulava sei lá onde :)

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  2. Tens a certaza que não te enganaste na "terra"? :):):):)

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  3. Eu sei como é, a mim tambem me enfeitiçou desde a primeira vez que a vi, entranha-se em nós e depois ficamos cativos para sempre, por isso é tão especial. Beijo

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  4. ...Nos reconhecemos.

    Deixo um antúrio para você.

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  5. Bem... parece que a intenção teve o efeito esperado. De facto quis escrever sobre a minha relação com o Meco, como se de outra pessoa se tratasse. Neste caso, a Aldeia do Meco, Mulher :)

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