segunda-feira, 21 de março de 2011

Amigos

Talvez a melhor obra que o Município aqui da terra fez, em benefício da qualidade de vida dos seus habitantes, foi o calçadão na baía natural. Espero que não seja moda de pouca dura, pois ontem deu gosto sentir a alegria de tanta gente, que por via do sol que convidava ao passeio, invadiu literalmente toda a zona ribeirinha. Entre as pedaladas que dei, num momento de descanso, travo conhecimento com uma senhora que passeava o seu cão, ou o seu cão a passeava a ela. Observando a forma com que lidei com o seu animal. a senhora gentilmente me disse ser eu uma pessoa da bom coração, que os humanos tal como os animais, se revelam nestes pequenos gestos, e assim sendo, o meu carinho para com os cães me revelava. De bom coração. Mais foi dizendo que os falsos costumam fingir gostar de cães, e que outros, também falsos, ou fúteis apenas gostam do seu cão, e este terá forçasamente de ser de marca, leia-se, raça. E quando mais cara a marca, mais eles gostam. E lá nos perdemos em conversas de cães, e da presença destes nas nossas vidas, na dela desde que enviuvou, e na minha, desde que me conheço. O primeiro chamava-se Mustafá. Era rafeiro, mas como tudo o que é primeiro nas nossas vidas, não o esqueço.
Continuei o meu passeio, entre os muitos anónimos que passeavam, como eu, na bela tarde de sol, com uma pontinha de satisfação, pelo bom coração, porque afinal, se as crianças não mentem, os velhos, também não.




2 comentários:

  1. O meu deve ter empedernido porque cão, agora, nem dado! lol

    ResponderEliminar
  2. Antígona, então e aquele que tem nome de pessoa, e estava ao pé da árvore de Natal???

    ResponderEliminar

Sputnickadelas