segunda-feira, 7 de março de 2011

Dia Especial

Serão sempre dias especiais, os dias que à distância, relembrados, despertam as emoções então vividas. Estavam na Alfredo da Costa, a promitente avó, e o promitente pai, na espera, junto com outros, que também em espera, se impacientavam, fumavam, andavam às voltas, roiam as unhas. Uns já veteranos no assunto, outros, como este duo, debutantes no assunto.
A promitente avó, que ainda o era, debutava em título de avó, mas era mais que experiente na matéria do parto. Cinco, contava ela. E puxando da sua veterana sabedoria, vai de dizer às enfermeiras, que algo de errado se passava, e que o neto ou a neta, já devia ter nascido, e para que a enfermeira não ficasse de mau humor, mete uma nota de 100 nas mãos da menina, que solicita lhe pergunta - qual o nome da sua filha? X, responde-lhe.
Passados que nem eram dez minutos, aparece a menina enfermeira com a nota bem guardada - a sua filha chama-se X? Sim, dissemos em coro. Então já nasceu, é uma menina, mãe e filha estão bem.
Nervoso, apresso-me a ir à cabine telefónica, já que o telemóvel ainda era futuro, e passar a palavra à família mais próxima. Porém, de regresso à sala de espera, havia discussão - a enfermeira menina, dos 100 escudos, enganara-se, pois só com o nome X haviam sete, na linha parideira, imagine-se a explosão de natalidade da época.
E volta tudo à estaca zero, com a promessa da nervosa menina, de atenção redobrada à menina X, agora com detalhes de informação, nome completo e descrição física.
Gastaram-se mais moedas na cabine, a desdizer o dito. Que afinal, os do lado de lá da linha, ainda não são avós, tios, padrinhos, mas no entanto, a palavra não chegou a todos...
E mais duas horas se passaram, até que, esbaforida, a subornada menina, grita - agora é que foi, e é um menino. Aconteceu em sete de Março, um sábado.
Na visita ao final do dia, receei pegar-lhe de tão frágil que me parecia, nos seus 3,550Kg, e com mais sete X por ali, receei também estar com um filho ao colo, de outra X, ou quiçá uma H, que dada a confusão gerada, não me tivessem trocado o filho.
Mas não houve troca. Disseram as visitas, mais tarde, ser a cara do pai, e ainda hoje se diz por aí.
Giras as prendas, que levavam, quase tudo em tons rosa. Daqueles a quem a palavra não chegou.


4 comentários:

  1. Parabéns :) porque nós, pais, nestas coisas também merecemos tanto... Certo Sputnick???

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  2. É verdade!!! Parabéns ao R :):) Por um pouco não nos cruzavamos, eu e a L :):)

    Bêjos

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  3. É um momento inesquecivel esse em que os vemos pela primeira vez! E depois quando crescem continuamos sempre a achar que são os nossos bébés. Parabéns ao pai babado, por ter um filho tão bonito!

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  4. CF, claro que merecemos, e muito :)
    Antígona, pois, e a tua foi menina. Deste 100 paus para saber? :):)
    Golfinho, tinha que ser bonito, já olhaste bem para o pai??? :):):)

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Sputnickadelas