quinta-feira, 29 de abril de 2010
Ufa
terça-feira, 27 de abril de 2010
Agora é que descobriste?
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Requiem para o 25 de Abril
Exactamente, esta oportunidade não vai passar despercebida aos ditos de direita, que vai ser oposição bem mais esquerda do que a esquerda. Será em nome de um 25 de Abril esquecido, em nome de Sá Carneiro e dos seus ideias, que se levantarão as vozes que a esquerda esqueceu.
Noite para a história
Por vezes, fazemos tamanha expectativa de um acontecimento, que na hora do acontecimento verificamos que não era nada daquilo, ou algo falhou, pelos mais variáveis motivos.
Não foi o caso da noite de 24, no Taberna. A sala centenária acolheu os músicos, outros músicos, amigos motards, e outros, que o não são, nem músicos nem motards, mas são amigos. Num canto um back-line de arromba, com guitarras e microfones qb. Nas colunas o som anos 70.
E foi muita música, boa comida, melhores as conversas, as lembranças, as emoções, a partilha, numa noite com gente em total comunhão. Fizeram-se dezenas do fotos, para mais tarde recordar.
Das oito à uma foi um ápice, nem se deu pelo tempo passar.
Noite fora, já na rua, foi ouvir os GNR, com o seu Reininho a debitar uma (ainda mais frágil voz), apoiado numa banda muito competente, na tasquinha de Óbidos a tomar umas ginjinhas em canecas de chocolate.
Que se repitam mais noites destas. Faz todo o sentido.
sábado, 24 de abril de 2010
Crise até na Inspiração?
Na minha opinião, muito pessoal, não creio que exista falta de criatividade às bandas ou artistas, mas sim uma quase total subjugação ao sistema. E o sistema é tudo o que de financeiro gravita em torno da música e dos músicos. Daí que assistamos a lançamentos de trabalhos em supermercados de grandes dimensões, a sessões de autógrafos em megastores, os pimbas a lançarem o seu disquinho antes dos bailaricos de verão, e quase todos os restantes a deitarem cá para fora a sua criatividade apenas em vésperas da quadra natalícia.o compositor está manipulado nos seus movimentos, deixando a criatividade e inspiração ser cronometrada pelas máquinas de distribuição.
Já me afastei dos palcos que percorri por todo este país, há cerca de quatro anos, mas acredito que mesmo nas saídas ao vivo, exista muito menos mercado, por via da crise instalada.
Que essa crise não afecte a criatividade dos artistas, é a minha esperança, pois mesmo que se escreva, se componha e se toque para si mesmo, já valeu a pena.
quinta-feira, 22 de abril de 2010
The last, the best
quarta-feira, 21 de abril de 2010
e vai ao fundo sim senhor
Enfim
segunda-feira, 19 de abril de 2010
No entanto, ela move-se
domingo, 18 de abril de 2010
sábado, 17 de abril de 2010
24 de Abril
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Ora toma lá morangos
de Caras
A custo e sem dar nas vistas, de óculos escuros e gabardine, adquiro a revista que me apresso a colocar no único lugar digno a esta publicação, lá em casa, junto ao podium, na casa de banho. E eis-me hoje, pontulamente, sentado no podium, pelos motivos óbvios e fisiológicos, a desfolhar a dita publicação, leio algumas gordas, e vejos as fotos, onde todos exibem rasgados sorrisos, todos se dizem felizes, todos se afirmam realizados, com os amores das suas vidas, uma gente diferente, portanto, seres humanos sem os tradicionais problemas do quotidiano. Eles querem lá saber se o IVA aumenta, a gasolina sobe. ou mais uma fábrica fecha. Não. Eles são côr-de-rosa-gold. Estão up.
Na Caras não se vê este mundo, cá de baixo, apenas se vêm pessoas de outra galáxia, no seu país das maravilhas. Não consegui desfolhá-la até ao fim, na minha permanência no podium. Tive de regressar á Visão, sob pena de sofrer as cólicas da prisão de ventre, mas antes de largar a Caras, ainda tive olho para ver por lá o Durão Barroso, a sorrir, claro, e o Sócrates que foi à exposição da ex-sogra, e encontrou a ex-mulher, e os ainda, filhos. Não sorria muito.
O que se faz por amor à música, por um cd com a banda sonora de um filme, e que ainda por cima nem é versão original. Eu até entendo que aquela gente compre a revista, para se verem uns aos outros, mas nós, o povo, comprar aquilo, não entendo. De todo.
E está decidido - Caras, não mais, nem que venha com o cd da Mary Poppins.
quinta-feira, 15 de abril de 2010
a Ratzinger o que é de Ratzinger
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Reconhecimentos
terça-feira, 13 de abril de 2010
Paz, pão, povo e liberdade...
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Amizades inquestionáveis
5*****
sábado, 10 de abril de 2010
Objectos
Mas como a grande maioria dos objectos com que nos rodeamos, um carro é efémero. Direi até bastante, para o seu exorbitante valor. Há que ponderar que o mercado está concebido para tornar um objecto destes obsoleto aos dez anos. E depois vem o dilema, ou se fica com ele, e damos-lhe o pomposo nome de clássico, os nos desfazemos dele enquanto ainda vale alguma coisita.
Foi o que se fez, não sem, uma lagrimita disfarçada. Foram doze anos de mais uma dose de - ali fui muito feliz.
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Vidas - Careca, o Mentor
Com visitas frequentes à casa do Careca, depressa aprendi o suficiente para caminhar nas lides musicais, e foi graças a alguma paciência sempre necessária para quem ensina, que o Careca me ensinou os acordes dos hits da banda furor do momento, os Creedence Clearwater Revival, bem como peças mais difíceis como o Desafinado que o dito descabelado tocava na perfeição. Homem artista, o Careca deslumbrava os miúdos lá da rua, os da minha idade, pois com os seus cerca de dez anos mais, e a tocar num conjunto, que corria todos os bailaricos, sempre haviam histórias picantes para contar, fruto dos contactos visuais músico-miúda-que-está-a-dançar-e-não-pára-de-me-galar, porque nos anos sessenta um sorriso de rapariga, um cruzar de olhar, já era dado como grande conquista.
Quando o Careca comprou a sua Hofner o mundo parou. Era a guitarra mais linda do mundo, a melhor, uma peça rara, um bem que só de olhar deleitava, quanto mais tocá-la, e que eu saiba, eu fui o único lá do maralhal a tê-la mas mãos. Mas bom mesmo era ver o Careca a arrancar os seus acordes jazísticos e solos incríveis, com cópias irrepreensíveis como o Sampa pa ti.
E eu cresci, os rumos foram diferentes, e perdi o rasto ao Careca.
Até há dias, em que primeiro me parecia ele, e depois, mais próximo, sim era ele. Velho, mal trajado, curvado, como se tivesse oitenta anos. Por incrível acaso carregava no carro a minha Fender, e antecipo ali um reencontro efusivo com acordes à mistura. Na medida em que encosto o carro, antevejo que o Careca vai adorar os timbres e a escala da Fender e decerto o meu antigo guru dará uma nota positiva tanto ao instrumento como ao aluno. Vou saber onde anda a Hofner, em que palcos brilharam, que equipamento terá o António. Será que ele tem tempo para aparecer lá em casa e desbundarmos os dois...
Primeiro fica ali a ver quem era, o puto magrela, tornou-se num cinquentão gordito, mas logo que me reconhece recebe-me com entusiásmo, e findos os preliminares triviais, digo-lhe, olha o que tenho aqui, e mal lhe mostro o estojo da guitarra, o Careca mudou de rosto, e dispara como se eu fosse o pior inimigo - não quero saber de músicas, nunca mais quero ver uma viola, a música arruinou a minha vida, vai-te embora daqui com isso. Sai dqui!
Não sei se fiquei azul, se verde, se de beicinho, se incrédulo. Apenas sei que mecânicamente me meti no carro, dei à ignição, e no arrancar lhe consegui a custo dizer-lhe em voz trémula - Desculpa António.