sábado, 3 de setembro de 2011

foi bonita a Festa, pá!

Dizem que não há festa como esta. E não há. Pelo menos no rectângulo, Portugal. Conheço-as através do anos, desde a primeira. Atravessei os caminhos da Fil, do Jamor, Ajuda, Loures, até o Avante estacionar de vez na Atalaia. E digo com algum desalento, a Festa é o espelho do partido que a promove - não evoluiu. Dirão os camaradas que é mesmo assim, que faz parte de ser a linha dura, a mesma linha que intitulava a RDA como um paraíso. Não obstante a estagnação do modelo de Festa, o que apenas tem a ver com a liberdade de escolha dos seus duros organizadores, o que me faz mesmo confusão - sempre fez - é a promiscuidade que continua a existir, e que ainda hoje assisti, no aglomerado de tendas de campismo instaladas dentro do recinto da Festa, onde tudo ao molho convivia em triste comunhão - as ressacas, os já empiélados, as ganzas cujo cheiro é inconfundível, as garrafas vazias amontoadas, junto com as crianças, os cotas mais velhos que eu, tudo na mesma panela. Este tipo de convívio à woodstock já era, camaradas. E mais, a um partido que se reclama defensor dos direitos das pessoas, cabe-lhe em rigor da coerência, e da pedagogia, não permitir estes cenários, que já fazem, tristemente, parte da colecção de bandeiras da Festa, tal como a Carvalhesa. Fingir que estas situações não se passam dentro do perímetro da Festa, só ensombra tudo o resto e de bom que se vive nestes três dias, por mais que o digam não ser. Não fazer nada para mudar a situação, tem contornos de tolerância ao modo-bordel. Fazer alguma coisa teria efeitos devastadores na venda de EP's, contudo, decerto atrairía outro tipo de visitantes à Festa dado o seu inegável valor cultural.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Sputnickadelas