quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Zeca, sempre!



"Zeca Afonso morreu na madrugada de 23 de Fevereiro de 1987. Foi a enterrar no dia seguinte. O enterro transformou-se numa impressionante manifestação popular. Para o seu funeral deixou apenas dois desejos:

- que a urna fosse coberta com um pano vermelho sem insígnias, símbolo da luta unitária a que dedicou toda a sua vida;

- que ninguém vestisse de luto.

...

Carta que escreveu à filha Joana,em 13 de Maio de 1973,preso em Caxias."Querida Joana: Como sabes eu estou preso mas também não sou um homem mau. Viste como foi. Não sejas rabugenta e ajuda o Pedro. Se ele estiver birrento lembra-te que ainda é um bebé e tu mais crescida que ele. O que eu não gosto é que sejas egoísta porque é muito feio. Se algumas das tuas amigas querem tudo para elas deixa lá. Elas fazem mal mas tu não. Explica-lhes que não devem ser egoístas.Tem cuidado com os sugos e outras porcarias iguais porque podes ficar sem dentes. Depois, mesmo que os queiras ter já ninguém te os pode pôr. Ficas como os velhinhos. Alguns deles tinham a mania de comer guloseimas, gelados e caramelos. E também chocolates.Eu lembro-me muito de ti e do Pedro.Muitos Beijinhos do Zeca Pai”.

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Sputnickadelas