quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

o Tony do Capri

Desconheço-lhe o nome, chamemos-lhe pois o Tony, que sei que houve um do Capri, e este tem um, dos anos setenta, bem conservado, a andar, a deitar a sua baforada de fumo, mas os clássicos são assim, poluem, mas isso é detalhe. Um clássico, é um carro que deixa de ser novo, passa a usado, de usado a chaço, mas depois de um período de quarentena, que chega aí pela casa dos vinte anos, o carro passa a clássico. E clássico é também o Tony. Há muitos anos que não o via, a figura é a mesma, embora de silhueta com os tais anos que o tornam num clássico, da minha idade, o Tony enverga a mesma indumentária com que engatava as miúdas nos bailes da Torre - as calças justas de ganga, a camisa também de ganga, à cow-boy , a bota de bico e salto à Gringo, dos filmes western. Tudo isto acompanhado pela farfalhuda cabeleira tipo Bobby do Dallas.
Hoje enquanto esperava a minha vez, na fila do banco, observava o Tony, a arrancar no seu Capri, e pensava que há pessoas fieis ou presas a um estilo de vida, que não querem largar de nenhuma forma, e comentando com o velho conhecido "caixa" da dependência bancária, o estilo castiço do Tony, este logo afirmou, conhecedor - e desengane-se quem pensar que ele vai mudar de estilo quando o Capri arrumar as botas, pois sei que tem na garagem, o Datsun, e um dos primeiros Toyotas que vieram para Portugal!!! Aquele que diziam que veio para ficar? Pergunto. Esse mesmo, e vermelho como o Capri. À ganda Tony! Imagino o stock de gangas e botas de bico lá em casa...

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Sputnickadelas