terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Portugal-Import

Posso parecer suspeito e presunçoso, mas reflito e chego outra vez, à mesma conclusão. Nunca os contei, mas asseguro, que conheci mais de uma vintena de países, tanto quanto aquilo que se pode conhecer no plano do bilhete e ida com volta marcada. Do que destas andanças observei, nunca vi o que vejo no meu país - somos um país que importa tudo o que vem dos outros, em prejuízo próprio, o que nos descaracteriza cada vez mais. Se temos uma tradição milenar, profunda, do carnaval, porque raio temos de gramar péssimas e enregeladas imitações do carnaval carioca? Se nunca foi tradição lusa, celebrações tais como halloween ou o dia dos namorados, porque raio temos de as gramar? Já não é de agora esta falta de personalidade nacional, existe uma marcha popular, antiga - Lisboa, não sejas francesa. O título diz tudo... Resta-nos a heroica e resistente manutenção do Natal no Natal, e não nos Reis, como fazem os espanhois.
Dizem-nos apelativos e paternalistas, os que mandam, para visitarmos Portugal, para consumir o que é nosso, que o que é nacional é bom, e eu até concordo. Se eu fosse um dos que mandam, iria muito mais longe - em vez de cadeias de lojas de hamburgers, onde podemos avistar a fauna a comer com as mãos, a lambuzarem tudo à sua a volta, com os rebentos depositados em parques lúdicos de plástico, eu, Sputnick, decretaria uma rede de TugaTascas, onde se comeria de talher, comida nacional, pois então. Mais ainda, em vez de deixar a malta entrar para dentro do cinema de balde de pipocas e sumo de palhinha, com a consequente ruideira e roedeira, que não nos deixa assistir a um filme em condições, Sputnick ondenaria o fornecimento de sandes de coirato e entremeada, e copos de três. Mines não, por causa dos arrotos, o que iria dar na mesma poluição sonora dos pipopas e dos ruídos do pessoal a chupar na palhinha quando a bebida está a acabar.
Isso sim, seria orgulho nacional.

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Sputnickadelas