quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

tralhas

Dos tempos de outros tempos as fui guardando. Porque me faziam lembrar os tempos, como sendo testemunhas dos acontecimentos, como se a sua contemplação tivesse o efeito do retrato. De outras, foram ficando porque mais tarde poderiam vir a ser úteis. E ainda aquelas que sem motivo nenhum as guardamos. Não esquecer das que se carregam das viajens, essas, outros testemunhos a fazer juz à palavra, não vá alguém duvidá-la.
Falo das tralhas.
Daquilo que acomulamos, nos sotãos, nas garagens, arrecadações, armazéns, tudo engavetado, tudo ensacado e encafuado na espera de um dia virem a ser úteis ou observadas. As tralhas, são em muitos casos, apenas lixo, coisas que não temos coragem de nos desfazer e vão entulhando os buracos disponíveis das nossas gavetas.
Não porque é novo ano, mas apenas porque está na hora, decidi declarar guerra às minhas tralhas. Vai ser uma guerra radical, que poderá pecar por excesso. Terá como directiva única a inequívoca justificação perante os meus olhos da sua necessária permanência, ou então bane-se, vira lixo, ou recicla-se. Com estas jornadas, conto tornar o ambiente que me rodeia mais leve, mais saudável, e deixar de procurar aquilo que sei que tenho algures, mas nunca encontro. E claro, aplicando com rigor espartano a máxima - não compres nada que não te seja verdadeiramente necessário.
O ambiente agradece.
O mundo agradece.
A minha carteira também.

1 comentário:

  1. Costumo ser boa a livrar-me delas. As externas e as internas, se é que me explico. Fizeste muito bem. O que não faz falta, é excesso. Com excepção de sapatos :):):)

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Sputnickadelas