sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

dia de doutor

Se o senhor doutor agora não me atraza mais as consultas, por via de uma simples tática - nunca venha às 6ªs, e seja o primeiro da manhã - eu até vou um bocadinho mais cedo. Porque não tolero os atrazos, e por isso tenho de ser César e mulher de César, e porque, assumo, adoro dar uma vista de olhos às revistas das cusquices. Hábito que, de seis em seis meses, pratico, e chega.
Eis que numa dessas preciosidades, me deparo com fotografias de uma tal Fiona, manequim, mais magra que um galgo, dos mais mais magros. Fiquei deveras impressionado. Creio que desde fotos do Biafra, não via tal esqueletice.
Com este pensamento, fui apresentar os resultados da revisão dos 53,5 ao doutor, que após a consulta propriamente dita, se entregou a uma pequena tegarelice entre a Fiona, a gordura que não é formusura, as minhas músicas, e cantorias com colegas, as dele, em recente jantar de Natal. No final, passadas as receitas e recomendações, concluímos, eu e o doutor, que é preciso muita coragem, para que um homem se deitar com uma Fiona ou similar. Não antes sem eu cantarolar um bocado do "chega de saudade" e do "a banda", como forma de explicar a estreia do Chico Buarque, no mundo das canções. Uma consulta dupla, uma conversa engraçada, um bom momento, mas claro, no final, apenas eu paguei.
Na saída notei que o senhor que seria atendido a seguir a mim, olhava, com cara de poucos amigos, para o relógio.
Esta coisa dos médicos, é sempre a mesma - atrazam-se sempre...

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