sábado, 8 de janeiro de 2011

emoções


Desde menino e moço que a fotografia me seduziu, e cedo tive a minha primeira máquina fotográfica. Nos anos 70, descubro por via de dois amigos de farra, os slides. E eles tinham centenas, de toda a Europa. Tinham uma tática - de verão faziam férias no Algarve, seduziam umas suecas, e depois da sedução, rumavam na potente carrinha Opel às terras nórdicas, onde a estadia era garantida e o prazer também. Desses passeios, vieram os slides, e desses slides algumas sessões que duravam até altas horas da matina, na contemplação dos slides e desculpa para umas bejecas.
Dos que guardo, os meus, revio-os recentemente, no velho projector Agfa, que prontamente se colocou em funcionamento, e o transporte foi imediato. Viajei no tempo, recordei os filhos na idade da fralda, e até na barriga, revi os tantos e tanto pôr do sol, alguns por aqui, outros de Istambul ou da Costa do Marfim, relembrei-me de algumas pessoas, que porque não deixaram marcas, foram esquecidas, ri-me da coleção de cães que tive, e nem me apercebera de tantos que sempre coloriram a minha vida, comovi-me ao ver a minha avó, tão cheia de vida, a apanhar ramos de eucalipto, do meu pai, sempre brincalhão, do João, que partiu recentemente e cedo demais. Reencontrei músicos, palcos, e lugares esquecidos, e até revi o primeiro namoro à séria, o meu quarto de adolescente, os posters, com a minha diva dos Patridge Family, as fotos da Susan Dey povoavam as minhas paredes. Confirmei que ali naqueles pedaços de filme estão as ditas emoções que eu vivi.
Naquelas caixas está parte da minha vida, contada clique a clique, saboreada num serão que se vai repetir certamente.
Das limpezas ao material supérfulo, as minhas caixas de slides, e a Agfa, são dignas sobreviventes.

1 comentário:

  1. Por vezes encontramos agradáveis surpresas que se encontram esquecidas.
    É sempre bom recordar situações, pessoas que de certa maneira nos marcaram.
    Um abraço!

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