domingo, 27 de setembro de 2009

terra natal















Hoje fui à "terra". Sempre fiquei um pouco desapontado, por não "ir à terra" como os meus amigos, vizinhos, colegas, sempre íam - "à terra", de férias, de fim de semana. Lá tinham a casinha, a horta, os terrenos, os familiares, e de lá vinham carregados de azeite, batatas, fruta, carne, mel, vinho, tudo "da terra". E eu nada. Urbano, não um "sem-terra", mas sem "A terra". Não fosse a minha "terra" .... Cacilhas!!!!

Pois. Cacilhas não é a "terra". Cacilhas é logo aqui, é a ponta de Almada, é o outro lado de Lisboa. Cacilhas é a passagem para a outra margem. Gostei, revivi, recordei, relembrei, percorri mentalmente outros caminhos. Regressarei muito em breve à "terra", não para trazer batatas, mas para uma incursão gastronómica e boémia, como uma das melhores vistas do mundo, ali em frente - Lisboa.

Depois da terra do berço, o choque. A confirmação do hediondo. Desfiguraram a minha Almada. Colocaram-lhe uma espécie de comboio, que não o é, a rasgar a cidade. Chamam-lhe Metro. Fizeram uma cirurgia plástica a Almada. A cicatriz está ali, visível, implacável, a complicar a vida dos habitantes, comércio e visitantes.
Conduzir agora em Almada, recorda-me o filme este país não é para velhos. Estou velho demais para conduzir em Almada, penso. Vejo pessoas nas paragens de autocarro. Vejo pessoas nos autocarros que circulam. Vejo o tal Metro, moderno, vazio. Moderno, mas vazio, ou ficará melhor, vazio mas moderno?
Não me revejo nesta Almada.
Prefiro Cacilhas.
Afinal, é a minha "terra".

1 comentário:

  1. He he. Qd li o título, julguei que a terra fosse para lá de Tás os Montes e troca o passo, e o motivo da ida as eleições :)

    ResponderEliminar

Sputnickadelas