sábado, 19 de setembro de 2009

and the WINNER is...














Foram-se os debates televisivos, onde os principais representantes dos partidos políticos tentaram esgrimir as suas razões, em duelos cujas regras, me pareceram, um pouco castrantes. Agora estamos nas arruadas, nos comícios, nas caravanas, na troca de mimos e segredinhos, no emporcalhamento das pessoas envolvidas, e no emporcalhamento literal do nosso país, por via dos quase 100 milhões de euros, a gastar na campanha eleitoral, angariados num acordo muito bem conseguido, que os partidos cozinharam à porta fechada, provando que, quando o assunto é abotoanço à custa dos dinheiros públicos, a foice beija a rosa, o martelo acaricía a seta, como se de um bacanal se tratásse.
Se tudo fosse tão fácil no que toca a acordos sobre os reais problemas do nosso país, como este escandaloso e flagrante acto de divisão de patacas, não seríam necessárias as tão circenses e desacreditadas sessões parlamentares.
Voltando à vaca fria, não a dita, mas aos ditos, os entrevistados, não bovinos, claro, mas também eles mamíferos, e que bem que eles mamam... Depois dos debates, deu-me para tentar eleger quem melhor desempenho teve ao longo desta maratona. Quem ou o quê, passou melhor a mensagem. E por mais voltas que desse, cheguei à conclusão de que quem ganhou os debates, embora sem nunca proferir uma palavra, um gesto... enfim, nada, mas cuja forma e presença foi deveras eloquente, e realista, tal como foi a sua imobilidade, foi nem mais nem menos do que:

a mesa!

Sim, a mesa do debate.
A princípio podemos pensar que é um projecto de mesa a atirar para uma estrada, uma pista de aterragem, ou até um porta aviões. Ok, pode ser isso tudo, mas a mensagem que esta mesa nos dá não deixa dúvidas, quanto à sua forma descendente, quanto ao seu afunilamento, onde se adivinha um amontoar de tráfego, quanto ao seu elevado grau de inclinação, onde nenhum veículo conseguirá suster a derrapagem, qual TGV, Airbus de Alcochete, Nissan híbrido, ou Ford Transit carregada de Magalhães. A forma desta mesa, decreta-nos, a nós, aos políticos, apresentadores e staff do estúdio que a rodearam, que a mesa começa estável, hirta, direita, e termina, tal como o país: no abismo!

1 comentário:

Sputnickadelas