terça-feira, 23 de abril de 2013

santos da casa

Optei no domingo passado, por tomar o pequeno almoço numa simpática e pequena casa, porém, cheia de alma (que hei-de fotografar, assim o dono permita) onde o galão é bem tirado, os doces e salgados, pecados da gula, e o som ambiente é invariavelmente a rádio Amália, ou não fosse o dono, fadista. Queixa-se que o negócio está mau. Que a vizinhança o abandona aos poucos. Que preferem pegar no carro e rumar a um qualquer espaço comercial a pretexto de "dar uma volta" e tomar uma bica deslavada. Depois remata - no entanto tenho clientes que vêm de longe só para provar os meus bolos, ou mostrar a casa a amigos, mas isso não chega.

Aqui nem se aplica o dito - santos da casa... - aplica-se uma falta de nem sei-o-quê, que impele as pessoas a uma dinâmica de falsa qualidade de vida. O comércio de proximidade devia ser, por muitos motivos, tal como nos países do norte da europa, um dos grandes parceiros da pessoa que passaria a ter a honra de voltar a ser o Cliente ao qual se trata pelo nome, em vez de ser um reles consumidor.

4 comentários:

  1. Concordo. Mas por vezes, o próprio pequeno comerciante também não ajuda. O que não me parece ser o caso a que te referes. Aqui há desses com fartura. Dos que não ajudam, pois...

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    1. Sim CF, concordo que existem(embora em franco caminho de extinção) pequenos comerciantes que não ajudam. Se repararmos, pode-se ser comerciante sem ter qualquer espécie de formação, ou normas de procedimento. Caberia ao estado (como é feito na CE) legislar sobre: formação/ramo de exploração/proximidade geográfica/diversidade, e assim garantir um equilíbrio saudável para todos, e um comércio de proximidade de qualidade. O mal que foi feito no nosso país é irreversível, com o consequente desaparecimento da grande maioria dos p.com. o que dará como efeito directo a ausência do tão pontual pagamento à seg.social da qual depende e pretende depender muita gente. Porque a malta pequena é que vinha a sustentar isto :)

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  2. E no entanto há novos pequenos comerciantes a abrir portas, mesmo em tempo de crise, e a ter sucesso. Claro que isso depende do sítio, mas também depende da imaginação e da capacidade de adaptação. Já agora onde é que fica esse cafezinho com música ambiente e bolos dos bons? :) :)

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    1. Sim, devem ter aberto as portas numa proporção de 1 abertura vs 2000 encerramentos. O sítio fica a caminho da nossa amiga Estrela :)

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Sputnickadelas