quarta-feira, 24 de abril de 2013

livro de elegios

O tuga típico sempre teve uma costela de bufo, de delator, de queixinhas. Não fosse já este, um tique congénito, ainda veio ajudar à festa o período salazarista, onde o bufo recebia alvíssaras pelo feito e ainda ficava com aquela cara de parvo feliz, para aliviar a consciência, a pretexto de defender a nação. Depois de Abril/74, o bufo ramificou. Há bufos de esquerda, há bufos de direita, há bufos neutros. Sendo o bufo típico aquele que não dá a cara, porque para além de nojento é cobarde, existe a variante do queixinhas, que encontrou no omnipresente livro de reclamações o seu braço armado para poder tentar exercer o seu pacóvio conceito de poder sobre o próximo. Dito por outras palavras, de tentar lixar a vida ao outro. Sendo certo que existe a legitimidade para o livro, é mais certo ainda o seu uso desmedido para denúncias do tipo vingançazinha frustrada. Até ver, nunca fui alvo de nenhum escrito, nem nunca escrevi. Espero manter a média. Penso que este tipo de comportamento é fruto de um sentimento ?patriótico? de permanente estado de derrota, e ressaviamento. Muito bom seria, aos que decidem, divulgar, promover, incitar, ao uso do livro de elogios. Acredito que mudaria muita mentalidade. Tanto aos que escrevam, como aos alvos da escrita. 

6 comentários:

  1. Pese embora o facto de ser possível escrever elogios no livro de reclamações, a ideia da existência de um livro de elogios não é nada má. Mas não posso estar de acordo contigo no que ao livro de reclamações diz respeito. Esse tempo que evocas, o dos bufos, tal como afirmas, dava azo a queixinhas anónimas e maldosas. O livro de reclamações obriga a identificação, até porque a resposta é enviada por correio, e confere a este povo, habituado a quase 50 anos de cinismo, a liberdade de se expressar, de reclamar, de exigir. As vantagens são mais do que as desvantagens já que a exigência de melhores serviços sobe a fasquia de quem viveu, durante tanto tempo, com ela tão baixinha.

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    1. Amiga, a questão é que sendo o nosso povinho um bocado tinhoso, gosta de exercer o seu pseudo-poder sempre que pode, sem a verdadeira consciência sobre o acto. Daí que o resultado seja que a esmagadora maioria das reclamações são ridículas, como foi amplamente comentado num debate na tv, que tive ocasião de ver. Quanto ao "elogio" em sede de "reclamação", não dá. Uma coisa é o azeite, outra é o vinagre. Por isso se inventaram os galheteiros :)

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  2. O Livro de Reclamações, tal como o seu nome indica, serve apenas para esse efeito, reclamar, não teria pois logica nenhuma utiliza-lo para fazer um elogio, seria mesmo um contra-senso.
    O livro de reclamações constitui um meio célere e eficaz no qual o
    consumidor/utente pode reagir quando, no âmbito da aquisição de
    bens de consumo ou da prestação de serviços, entenda que os seus
    direitos e as suas legítimas expectativas não foram devidamente
    acautelados. O problema é que a maioria das pessoas o faz de ânimo leve, porque maquele dia estavam com os "azeites" e resolveram descarregar no primeiro que lhes apareceu a frente, é como fazer a vingançazinha do dia, pensado eles que que metem medo com o dito livro, como se isso fosse resolver o seu mau-estar do dia, estupidez e ignorancia! Coitadas das pessoas da Asae, não faziam mais nada. Ha que ter cabecinha e ser inteligente para se sentir-se realmente lesado, aí sim existe o motivo para o fazer. Mas enquanto a ignorancia e a estupidez não pagarem impostos é o que vamos tendo neste país!

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    1. É isso Rosa, alguns até se arrependem na hora, porque vão ter que "ter" o trabalho de dar seguimento à sua cópia da "queixinha".

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  3. :) Gosto da ideia. Ou não fora eu da psi, e não saiba a importância danada do mesmo...

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    1. CF e não te saberia bem o reconhecimento escrito? Creio que a todos os que dão o seu melhor, além do bem que faz um elogio, incentiva.

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