O tuga típico sempre teve uma costela de bufo, de delator, de queixinhas. Não fosse já este, um tique congénito, ainda veio ajudar à festa o período salazarista, onde o bufo recebia alvíssaras pelo feito e ainda ficava com aquela cara de parvo feliz, para aliviar a consciência, a pretexto de defender a nação. Depois de Abril/74, o bufo ramificou. Há bufos de esquerda, há bufos de direita, há bufos neutros. Sendo o bufo típico aquele que não dá a cara, porque para além de nojento é cobarde, existe a variante do queixinhas, que encontrou no omnipresente livro de reclamações o seu braço armado para poder tentar exercer o seu pacóvio conceito de poder sobre o próximo. Dito por outras palavras, de tentar lixar a vida ao outro. Sendo certo que existe a legitimidade para o livro, é mais certo ainda o seu uso desmedido para denúncias do tipo vingançazinha frustrada. Até ver, nunca fui alvo de nenhum escrito, nem nunca escrevi. Espero manter a média. Penso que este tipo de comportamento é fruto de um sentimento ?patriótico? de permanente estado de derrota, e ressaviamento. Muito bom seria, aos que decidem, divulgar, promover, incitar, ao uso do livro de elogios. Acredito que mudaria muita mentalidade. Tanto aos que escrevam, como aos alvos da escrita.
Pese embora o facto de ser possível escrever elogios no livro de reclamações, a ideia da existência de um livro de elogios não é nada má. Mas não posso estar de acordo contigo no que ao livro de reclamações diz respeito. Esse tempo que evocas, o dos bufos, tal como afirmas, dava azo a queixinhas anónimas e maldosas. O livro de reclamações obriga a identificação, até porque a resposta é enviada por correio, e confere a este povo, habituado a quase 50 anos de cinismo, a liberdade de se expressar, de reclamar, de exigir. As vantagens são mais do que as desvantagens já que a exigência de melhores serviços sobe a fasquia de quem viveu, durante tanto tempo, com ela tão baixinha.
ResponderEliminarAmiga, a questão é que sendo o nosso povinho um bocado tinhoso, gosta de exercer o seu pseudo-poder sempre que pode, sem a verdadeira consciência sobre o acto. Daí que o resultado seja que a esmagadora maioria das reclamações são ridículas, como foi amplamente comentado num debate na tv, que tive ocasião de ver. Quanto ao "elogio" em sede de "reclamação", não dá. Uma coisa é o azeite, outra é o vinagre. Por isso se inventaram os galheteiros :)
EliminarO Livro de Reclamações, tal como o seu nome indica, serve apenas para esse efeito, reclamar, não teria pois logica nenhuma utiliza-lo para fazer um elogio, seria mesmo um contra-senso.
ResponderEliminarO livro de reclamações constitui um meio célere e eficaz no qual o
consumidor/utente pode reagir quando, no âmbito da aquisição de
bens de consumo ou da prestação de serviços, entenda que os seus
direitos e as suas legítimas expectativas não foram devidamente
acautelados. O problema é que a maioria das pessoas o faz de ânimo leve, porque maquele dia estavam com os "azeites" e resolveram descarregar no primeiro que lhes apareceu a frente, é como fazer a vingançazinha do dia, pensado eles que que metem medo com o dito livro, como se isso fosse resolver o seu mau-estar do dia, estupidez e ignorancia! Coitadas das pessoas da Asae, não faziam mais nada. Ha que ter cabecinha e ser inteligente para se sentir-se realmente lesado, aí sim existe o motivo para o fazer. Mas enquanto a ignorancia e a estupidez não pagarem impostos é o que vamos tendo neste país!
É isso Rosa, alguns até se arrependem na hora, porque vão ter que "ter" o trabalho de dar seguimento à sua cópia da "queixinha".
Eliminar:) Gosto da ideia. Ou não fora eu da psi, e não saiba a importância danada do mesmo...
ResponderEliminarCF e não te saberia bem o reconhecimento escrito? Creio que a todos os que dão o seu melhor, além do bem que faz um elogio, incentiva.
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