sábado, 13 de abril de 2013

Delírios

Em tempo de espera forçada, na oficina, vagueio entre os carros novos, expostos no stand de vendas, à espera de dono. Não resisto a abrir um deles, um deles apenas. De longe, o vendedor convida num aceno, pode sentar-se nele, e senti-lo. Mais uma vez não resisto. Estou dentro de uma suite de seis estrelas sobre quatro rodas. O cheiro do couro misturado com o odor do tudo novo embriagam-me. Imagino-me a atravessar os cursos de água, as lamas, as areias, os corta-fogos, a atingir locais muito pouco acessíveis, com vistas e aromas inebriantes. Mas, olho à volta, e penso, porque raio fazem carros destes? Gente com bom senso nunca colocará este Evoque a nadar na lama, ou em trilhos capazes de riscar a pintura metalizada. Este palácio rolante está dotado de um sofisticado sistema de 4x4, que creio, poucos dos endinheirados donos nunca irão usar. Embora como diz um amigo meu, o que custa é o primeiro risco. Depois a gente habitua-se.

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