quinta-feira, 25 de abril de 2013

onde estavas no 25 de Abril?

Só soube que havia qualquer coisa de diferente pela manhã. A minha mãe, fora a correr para Lisboa, manifestar-se. O meu pai ligava de Lisboa, alertando para não sair de casa, que era perigoso. Rumei a casa de quem, na data namoriscava, meio atordoado com as notícias e pensando que as letras dos meus LP's do Letria, Godinho, Mário Branco, Zeca, afinal faziam mais do que sentido musical. Ia feliz, portanto, namoriscar e partilhar a boa nova. Contudo nem todos festejavam.
Recém regressado do Brasil, onde estivera emigrado quase duas décadas, o meu candidato a futuro sogro, que nunca chegou a ser, desdenhou secamente da revolução que nascia - agora vem a coisa da democracia, muitos partidos, muitas eleições, e depois o povo vai cansar-se, e deixa de acreditar nos políticos, lá em São Paulo, o povo estava tão farto de aldrabões que elegeu um hipopótamo! Claro que não acreditei. Mas mais tarde conferi: foi verdade. Hoje, volvidos 39 anos, tristemente dou razão ao senhor Humberto. Mais facilmente votaria num animal do zoológico do que na esmagadora maioria dos políticos do pós 25 de Abril.

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