quinta-feira, 18 de abril de 2013

calor e as tristes realidades

Depois de um castigador período de chuva e céus escuros, na primeira oportunidade, apresento-me na minha praia, que quase me parecia virgem, na ausência de pessoas. Era eu e quatro gaivotas. Arrisco colocar as pernas a ao léu, e molhar os pés. Desnudar-me mais não convém, amanhã é dia de cantoria, e os ventos ainda são matreiros. Por ali fico, a molhar os pés, até me esticar ao sabor do sol, e dar-me conta de que há meses que não olho para mim. Melhor, para aquelas partes do corpo que só vemos quando vamos tomar banho, e que, no inverno, se as vejo, é a fugir. A conclusão é óbvia, e dura. Estou a ficar velho. A pele já não tem   a frescura de outrora. Branca ainda fica pior. Estou a ficar com pele de avô. Se a aperto faz rugas. Por hoje fiquei-me pelas pernas. Nem quero saber a desilusão que vai ser quando observar minuciosamente, as restantes áreas, por hoje resguardadas. Aposto que a barriga vai ser o centro da minha atenção :(

3 comentários:

  1. Deixa lá amigo, não estás sozinho. Acontece aos melhores :)

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  2. Um dia, também quero ter pele de avó. É bom sinal, ou será que não?? :)

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  3. a bem da verdade, o que aflige nem é a pele de avô, é viver com dignidade a idade de pele de avô :)

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Sputnickadelas