terça-feira, 2 de abril de 2013

keep on rockin'

Acomodamo-nos com facilidade ao fácil, bem como se adquirimos um certo conforto, dificilmente cedemos a abdicar dele. Este serviço assim se chama na gíria de alguns músicos, um contrato, era tudo menos confortável, se comparado com aquilo a que me fui habituando. Era tudo contra: estacionar em Almada é caótico; o espaço destinado à música, ínfimo; o horário estendido desde o fim da tarde, até começar perto da meia noite; sala de fumadores; e um cachet pouco atraente. Na véspera, tinha até tido uma excelente proposta, bem comoda e mais bem paga, mas nem pensar nisso, havia dado a palavra ao amigo Manél, companheiro dos palcos do Iodo, que me angariou o serviço. Só foi preciso começar a tocar, para se dissiparem todos os tiques de comodismo, que afinal, ofuscam o essencial - a empatia com o público. E foi uma festa, com gente animada, muita balada, muito rock, até às 500'as, porque não se dá pelo tempo passar. Valeu a pena, despir a farda de músico burguês e acomodado, e fazer recuar o tempo. Repita-se. Daqui a uns meses, porque a idade não perdoa.

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