quarta-feira, 3 de julho de 2013

(da) imagem da alma (no momento)

Atentemos com rigor e minúcia, nas expressões captadas (não gosto do termo congeladas) nas fotografias. Mesmo não conhecendo o artista na foto, podemos avaliar um pouco do ambiente no momento da captura. O rosto, se não comandado por uma directriz interna,  ou seja, espontâneo, dá-nos uma boa quantidade de informação sobre o estado emocional do fotografado. Como olha, se olha, para quem olha, se de soslaio, se é olhar cúmplice, malandreco, ou envergonhado, e talvez não. Confiante, desconfiado, triste, melancólico, com vontade de.. O olhar diz tudo aquilo que escusamos de perguntar. É como se fosse uma radiografia da emoção. Se vai directo à câmara aí permite algum vislumbre de cumplicidade com quem bate a foto. Num segundo plano a boca torna-se também delactora, embora em porção menor, dado que como todos sabemos os olhos são o espelho da alma. Por mais que o digam não ser. A boca funciona como uma continuação do olhar, e tem de estar em sintonia, digamos, harmonia, para que a foto não desafine, e nos diga o que queremos saber, ou eventualmente, o que não quereríamos ver. Entretenho-me por vezes neste exercício, o de observar as expressões, de fotos , à toa, dado que não sou apenas amante dos detalhes em fotos bonitas.

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