terça-feira, 9 de outubro de 2012

velhices

Somos, em parte, uns seres egoístas com os animais que nos rodeiam. Digo somos, referindo-me ao universo daqueles que entendem o animal como um ser, pois conheço muito boa gente, capaz de se ver livre de um animal, como se ele fosse um macaco-do-nariz, daqueles que na nossa infância, o captávamos da fossa nasal, e depois de devidamente enrolado, o atirávamos fora, com determinado prazer subversivo.

Sei há algum tempo, que duas das minhas canídeas companheiras, se encontram no limiar da idade. Os sinais são claros, como se não bastasse a cédula que inscreve uma data em forma de sentença. São os sinais da velhice, que estranhamente não gostamos de reconhecer nos animais, quem sabe porque, comodamente para os humanos, não são detectados, pela simples razão da sua oportuna saída antes dos ditos sinais. Ela são a falta de coordenação motora, a falta de firmeza nas patas, a surdez, a apatia, e o olhar vitreo, baço.

Não obstante, o amor, o carinho a devoção incondicional, e aquele abanar de cauda, permanecem como desde que as conheço. Uma está lá para fora, a outra descansa aqui aos meus pés. Apesar de mais velho,  o meu amor por elas, não mudou desde que as conheço. Também eu abano a minha cauda virtual quando as vejo. 

Resta-me a dúvida: apesar de, na minha condição de humano a minha esperança de vida ser superior à das minhas meninas, que, fazendo as contas 1x7 já ultrapassaram os oitenta anos, será que mesmo sem aquelas mazelas todas, lhes conseguirei sobreviver? É que elas têm uma grande vantagem, e todos aqueles que pagam contas, sabem qual é.

No que puder, farei com que estas cadelas vivam felizes até ao tal dia. É o mínimo que poderei fazer pelo tanto que já me deram.

Foto: acabadinha de tirar à Lady, nascida em Outubro de 1999.


Sem comentários:

Enviar um comentário

Sputnickadelas