terça-feira, 3 de julho de 2012

Estado novo = novo Estado

Das poucas pessoas que por aqui passam, algumas poderão dizer - credo, este blogue anda tão mórbido. Mas se por aqui se escreve aquilo que nos vai na alma e nos afecta, o que a seguir se vai descrever encaixa perfeitamente, em nome da coerência.
Ontem, no maior centro comercial da capital, a meio da manhã, ouviu-se um estrondo seco e poderoso. Uma pessoa acabara de se suicidar, deixando-se cair do piso mais alto. Lojistas disseram que não é o primeiro, uma delas já contou quatro. A ordem é de sigilo. Não querem que a moda pegue, é dá mau nome ao Centro. Também as autoridades recomendam o silêncio - o acto, pode encorajar potenciais suicidas, ou, dito de outra forma, pessoas que em desespero, não encontrando razão e condição para ficar, decidem partir. Diz quem tem acesso a informação privilegiada, que a esmagadora maioria das causas tem a ver com a crise que nos impuseram, por dívidas que não cometemos, é uma espiral perigosa, dado que é galopante, tal como se verifica na Grécia. Em tempos do estado novo, anulavam-se pessoas à bruta, fossem eles presos políticos, ou soldados enviados para África. Hoje, no tempo do novo estado, cozinham as pessoas em banho-maria, e lentamente, empurram-nas para o beco onde nunca pensariam ter de entrar.

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Sputnickadelas