domingo, 6 de maio de 2012

a Mãe e a prendinha

Não podia hoje, porque sei que lá no íntimo ela esperava um mimo, nem que fosse um telefonema, deixar de ter em atenção ao dia da Mãe. Crises aparte, a questão é esta, o que oferecer a uma pessoa que durante anos devorou milhares de páginas das centenas de livros, que ainda hoje lhe preenchem uma divisão da casa, mas hoje pouco consegue ver. Do mesmo modo, um bom filme estava fora de questão, pelo mesmo motivo. Uma peça e roupa talvez, mas não. Felizmente, tem de sobra as vestrs que a aconchegam. Bujigangas para a casa nem pensar. Amontoam-se por lá. Do que ainda vai restando e que lhe permite uma boa qualidade de vida, para além da total lucidez, é o apetite, e vai daí ficou resolvida a questão. Uma visita, com direito a recordação dos locais que outrora visitou, uma boa porção de mexilhão acabado de apanhar nas límpidas águas da Arrábida, fez o milagre da felicidade deste dia. O meu e o dela. As melhores coisas da vida têm estes preços simbólicos. Está feliz e confortada, com tão pouco, a minha mãe. E eu aqui, também, ainda a recordar, o terno - obrigado, meu querido, já dito na saída.

1 comentário:

  1. E para ver uma mãe feliz é preciso tão pouco! Um sorriso, um beijo, um gosto muito de ti mãe, e pronto ilumina-se o coração. Mãe é assim. Um beijo para a mãe e um para o filho. :)

    ResponderEliminar

Sputnickadelas