Estranha forma de vida, temos. Ou somos. A filha de uma amiga publicou isto: Odeio os Santos! durante os restantes 364 dias do ano ninguém gosta de musica popular, pois no dia dos santos todos sabem as letras e cantam como se o mundo fosse acabar no final do copo de vinho! Santa pachorra.
Não posso estar mais de acordo. Creio que aqui, a Rita associou e alargou o conceito de música popular, ao pimba. Nada contra. Tolero o pimba, toco-o se necessário. Noblesse oblige. E esse sentimento dura exactamente 365 dias. Renovando-se em períodos iguais.
Se devemos respeitar algumas celebrações a contexto, isso não impede que não nos saibamos divertir e soltar, fora das datas oficiais. Durante muitos anos, assisti em cima de palcos aos meninos e meninas betinhos a dançar até à exaustão as pimbalhadas lá na terrinha, para depois a desdenharem quando de volta à cidade. Assim se passa nos Santos, somos sardinha, mangerico, tinto, bejeca, aperta com ela, cheira a Lisboa, uma vez num ano. Depois vem o dia dia cinzas. Os dias. Os outros restantes.
São entre muitas mais, estas as diferenças das gentes, toque-se uma valente sevilhana aqui ao lado, e é ver o salero no ar. Toque-se um sambinha gostoso lá de onde ele nasceu, e é ver as cadeiras a requebrar. Porque se sente, se vive, está entranhado. Ser reservas nem pudor, 365 dias ao ano.
Eu gosto das festas populares, muito embora não as viva 365 dias por ano. Não desdenho nunca, acho que são partes de nós. A vaidade do desdém, é daquelas coisas, muitos somos assim. É a chamada cara de feijão frade, entre outras expressões adequadas... :)
ResponderEliminar