sexta-feira, 14 de junho de 2013

santo António já se acabou

Estranha forma de vida, temos. Ou somos. A filha de uma amiga publicou isto: Odeio os Santos! durante os restantes 364 dias do ano ninguém gosta de musica popular, pois no dia dos santos todos sabem as letras e cantam como se o mundo fosse acabar no final do copo de vinho! Santa pachorra.
Não posso estar mais de acordo. Creio que aqui, a Rita associou e alargou o conceito de música popular, ao pimba. Nada contra. Tolero o pimba, toco-o se necessário. Noblesse oblige. E esse sentimento dura exactamente 365 dias. Renovando-se em períodos iguais.
Se devemos respeitar algumas celebrações a contexto, isso não impede que não nos saibamos divertir e soltar, fora das datas oficiais. Durante muitos anos, assisti em cima de palcos aos meninos e meninas betinhos a dançar até à exaustão as pimbalhadas lá na terrinha, para depois a desdenharem quando de volta à cidade. Assim se passa nos Santos, somos sardinha, mangerico, tinto, bejeca, aperta com ela, cheira a Lisboa, uma vez num ano. Depois vem o dia dia cinzas. Os dias. Os outros restantes.
São entre muitas mais, estas as diferenças das gentes, toque-se uma valente sevilhana aqui ao lado, e é ver o salero no ar. Toque-se um sambinha gostoso lá de onde ele nasceu, e é ver as cadeiras a requebrar. Porque se sente, se vive, está entranhado. Ser reservas nem pudor, 365 dias ao ano.

1 comentário:

  1. Eu gosto das festas populares, muito embora não as viva 365 dias por ano. Não desdenho nunca, acho que são partes de nós. A vaidade do desdém, é daquelas coisas, muitos somos assim. É a chamada cara de feijão frade, entre outras expressões adequadas... :)

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