quarta-feira, 26 de junho de 2013

(da) natureza, ou um conto

Conta-se ( este tipo de histórias só mesmo do oriente)de um velho, chamado Ping, que vivendo junto ao mar, possuía um lago, de onde tirava belos exemplares de peixes, com os quais preparava os mais refinados pratos, servindo assim uma clientela que vinha de longe, para se deliciar no repasto. Todos lhe perguntavam o segredo de tão maravilhoso manjar, mas o velho Ping apenas se limitava a dizer que era bem simples, a água.
A notícia tanto se espalhou que chegou à aldeia no interior, do pouco escrupuloso Pong, fazedor ele também de preparos à base de peixe, mas que pouco sucesso e elogios obtinham, não obstante o enorme lago rechaeado de peixes que possuía. 
E logo, se pôs a caminho, o manhoso Pong, a fim de confirmar o sucesso e o sabor dos petiscos do Ping.
Confirmado e conformado ficou Pong ao se banquetear com a peixada de Ping. E a pergunta impôs-se, qual o segredo? A água, respondia como sempre o velho Ping. Pong não acreditou. A chave do sucesso são os peixes, pensou. E eis que madrugada dentro, Pong se apodera de todo o peixe que pode retirar e carregar em grandes selhas, do lago de Ping, rumando a casa.
Chegado à sua aldeia, Pong a todos anuncia da boa nova. Teria a partir dali o melhor peixe, os melhores aromas, estariam todos convidados. E não perde tempo a despejar as selhas carregadas dos lustrosos peixes, que entrando no imponente lago de Pong, após algumas abanadelas de cauda, se quedaram boiando à superfície. Mortos, portanto.
Confirmado o óbito ao cardume, ao ver tão triste quadro, Pong não consegue entender o motivo de tão garbosos e saudáveis peixes perecerem dentro de tão cristalinas águas. Lembrou-se então Pong das palavras de Ping. Do segredo de Ping - a água. O lago de Ping também era de água como o de Pong. Só que salgada.
Moral (os orientais tem sempre uma)
Nunca se pode mudar a Natureza, de nada, nem de ninguém.

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