sexta-feira, 28 de junho de 2013

olhar, ou não olhar, eis a questão

Hoje, lá no restaurante, foi um almoço de pesos-pesados: Machos latinos em idade de pré-reforma em debate sobre uma particular tendência dos homens - a de olhar os decotes e as saias curtas das mulheres. Isto  tudo porque uma mulher se levantou de uma mesa, exibindo generosamente as suas pernas, e um dos convivas a olhou à descarada, enquanto os restantes, olhavam ali pelo canto do olho. Como as conversas são como as cerejas lamentei-me que das muitas vezes que vou ao banco dou com o decote da menina da caixa a olhar para mim, e depois não sei o que fazer com o olhar, que habitualmente se perde no teto, para que não fiquem dúvidas. É a questão, devemos olhar, ou fingir que não damos por isso? O mais velho da mesa garantia que sim que se a mulher mostra, o homem deve olhar. Outros, mais moderados, que não, que se está à mostra é puro prazer e não exibição. 
A sentença veio da forma menos esperada - uma das funcionárias do restaurante abeirou-se da nossa mesa e garantiu várias questões - a mulher em questão gosta de exibir as pernas, logo, gosta que as olhem; não havendo mirones, as áreas descobertas, estariam mais cobertas; os sinais devem ser interpretados como uma porta semi aberta, mas carecendo de chave.
Quem fomos nós para questionar.
Por mim, vou continuando a olhar para o teto.

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