terça-feira, 24 de abril de 2012

Abril, das Revoluções e das Águas Mil

E ao cabo de 38 anos, temos uma parda efeméride daquilo a que alguns chamaram de revolução, outros mudança, outros ainda, de desgraça. Certo é, que nada ficou na mesma. O que pode não ter sido revolução, justificou pequenas revoluções, localizadas, era preciso mudar, fosse para melhor, ou pior. Ficar igual implicava a denúncia de pacto com o regime antigo, o da ditadura. Hoje, o nosso PM diz que está a fazer uma revolução. Eu diría que a está a continuar. Direi até que a palavra correcta, nem é revolução mas sim ditadura disfarçada. Nos tempos do antigo regime, fomos nós, jovens, atirados para uma guerra sem nexo, como se alguma guerra o tivesse. Hoje, os nossos filhos são atirados para empregos descartáveis, e no limite do bom senso aconselhados a permanecerem em casa dos pais, a não contrairem encargos, a não pensarem em constituir família, e encorajados a emigrar. É isto liberdade? Dizem os crentes que o Diabo usa muitas formas de tentação. Os políticos também. As práticas diferem, mas os resiltados, se analizados e questionados, não divergem em demasia. No meu tempo, jovens ambiciosos e talentosos emigravam, hoje emigram de igual forma. Muitos dizem que a revolução apenas serviu para podermos dizer mal de quem manda sem ser preso. Eu quero acreditar que não, mas cada dia se torna mais difícil. O dia de amanhã, tal como o próximo 1º de Maio, servirão apenas para uns floreados e umas bocas do pessoal de esquerda. Coisa foclórica, para inglês ver. Do verdadeiro significado destes dois dias pouco se falará. Serão apenas mais dois feriados. Não para todos, dado que tanto num como noutro, todas as grandes superfícies comerciais estarão de portas abertas, numa demonstração clara de desprezo e impunidade. A direita, capitalista assumida, aplaude. A esquerda... também, pois claro.

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