segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

prenda de Natal

O dilema assolou-me. Que presente de Natal, dar à senhora minha Mãe? Detesto dar ou receber prendas sem nexo, só por praxe. Dos seus gostos, sou-lhes sabedor, e daí, saber-lhe as limitações. Um livro, seria um tiro certeiro, para quem passou uma vida a ler, mas a idade traiu-a. A visão foi-se-lhe sumindo. Música, seria a segunda opção, porém várias vezes fui informado - tenho música para ouvir até ao resto dos meus dias. O mesmo recado quanto a roupa, e por mais que se diga que mais um trapito faz sempre jeito, lá caíria eu na corriqueirice. A prenda quer-se com uma ignição capaz de provocar alegria, sorriso, surpresa. E por estas vielas, juntas com a exclusão das partes, concluí que à senhora minha Mãe, a natureza ainda não lhe retirou o apetite, e o prazer do disfrute da boa comida, pelo que comprei o maior camarão tigre que encontrei, e confeccionei-o no momento, para prazer e felicidade da própria, que mesmo com a visão debilitada, consegui identificar a iguaria, tão grande lhe era o tamanho. cujo Disse-me no final do repasto, que estava delicioso, e que nunca recebera uma prenda tão original e saborosa. Anuiram os restantes presentes, que pelo bem que cheirava, devia estar, sim senhor. Questionado sobre os meus dotes culinários, a resposta foi a que ouvi em tempos - quando se faz com amor, tudo nos sai bem.

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