sábado, 17 de dezembro de 2011

Lata

Se não os conhecesse (forçasamente) de há anos a esta data, eu diria que o casal presidencial que ontem divulgou a sua mensagem de Natal ao seu povinho, tinha acabado de aterrar aqui, de improviso, vindos numa nave de longínquas galáxias. Ou então, eles não entendem o que se está a passar, o que é grave. Ou então sou eu que não entendo, o que, sendo grave, é-o menos. Ou talvez lhes tenham pedido para dizerem aquilo, assim como para parecer bem, porque afinal presidente tem de botar palavra. Ou, e nem quero pensar nesta hipótese, estão a mangar com a malta. Algumas pérolas do discurso(sic): festa de família, parar um pouco - certo Senhor Presidente, mas apenas para algumas, as outras andam sem norte, desmembradas, desalentadas, sem futuro, nem dinheiro, nem vontade. Parar um pouco? Parados já eles estão... Solidariedade, partilha - sempre se disse que o exemplo vem de cima. Que tal reduzir os gastos da máquina presidencial, que segundo se diz por aí, em matéria de despesa só encontra rival lá para a realeza britânica. Da partilha nem vê-la. Todo o Estado, nos sorve em impostos, a partilha que não pedimos. Assim foi e assim será. Considero um insulto vir alguém da política, falar-me em partilha e solidariedade. A minha solidariedade e partilha, demonstro-as todos os dias, semanas e meses. Desemprego, coragem - é fácil de falar, fica bonito, caridoso até, mas gestos que denunciem uma intenção de mudar a agulha, nem um. Que coragem querem incutir nos desempregados de longa duração, aos quais se juntam todos os dias mais desempregados, perante as previsões cada vez mais negras? Bem, talvez seja coragem para cometer o suicídio... futuro melhor - não duvido nada. O deles. É ao qual me refiro. No fim de ter escutado aquela mensagem, só me saiu isto - ganda lata.



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