quinta-feira, 21 de junho de 2012

um velho livro nunca é um livro velho

Habituaram-nos de há uns anos a esta parte, a esbarrarmos com os livros. Não sou contra. Entendo que mesmo não achando rigorosamente certo, é preferível encontrar os livros mesmo no meio das batatas e do peixe fresco, do que não os ver. A questão é, que livros? Muitos deles, são palha, ausentes de conteúdo. Livros para levar para a esplanada e para a praia. Estou certo que muita gente compra os autores da moda, por impulso, ou pela capa apelativa, ou porque o escaparate estava ali mesmo ao lado do arroz. Quantos não terão verdadeiras pérolas literárias, em casa, ou nas casas de amigos e familiares, mas não lhes pegam porque estão velhos, gastos, usados, embora no seu interior conservem intactos os seus textos? Do lote livreiro maternal, ainda hoje seleccionei um velho livro. Primeiro abri-o, cheirei-o. Depois desfolhei-o ao calhas. É daqueles que vinham com as folhas fechadas, sendo necessário abri-los com um corta-papel. Li a contracapa, verifiquei o ano, de 1965. Decidi-me começar a lê-lo: prendi-me ao fim de meia dúzia de páginas. Já levo cerca de um terço lido. Concluo que um livro nunca envelhece, porque presta a sua função na perfeição quando solicitado. Ao contrário de nós, que com a idade... 

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Sputnickadelas