sábado, 9 de junho de 2012

Bandeirinhas

Quando em 2002 (velhos tempos) rumei ao Recife, em pleno Mundial na Coreia, pasmei com a euforia brasileira. Em cada janela, automóvel, montra, parede, uma bandeira. A Ordem e Progresso estava por todo o lado, inclusive nas roupas, que, no caso dos bikinis, era difícil caber tanta letra. Pensava eu - alguma vez lá no meu Portugal seria possível tal folclore? Não! Nunca! Mas eis que os iluminados dirigentes tugas, habituados que estão só ao melhor, pescam o Scolari para levantar a nossa selecção e eis que Scolari pede bandeirinhas, os chinesas fabricaram-nas, e os tugas, assim como que numa de mega-piquenique, vá de pendurar bandeiras. Muda-se o treinador, mudam-se os tempos, e mudam-se as circunstâncias. Hoje, poucas bandeiras se vêm por aí. A camisola é vestida na cena comercial, e pouco mais. Os maus desempenhos dos rapazes, a falta de algum recato nos tempos em que o que se pode considerar exibição pode ferir e ofender quem não sabe o dia de amanhã, atiram para o plano da desconfiança, o sentimento pela nossa equipa. A malta até quer acreditar, gritar golo, vibrar, mas, existem muitos pontos incómodos... e depois logo o primeiro jogo com os alemães, os da Merkel. Não há forma de separar a bola da realidade. Serão estes rapazes, daqui a pouco, responsáveis pela euforia nacional, ou pelo regresso ao cair-na-real. Decerto Passos, Relvas estarão a rezar neste momento por uma vitória. Daqui a pouco, se saberá se os nossos rapazes, treinador e restante comitiva, são merecedores da nossa confiança. Saberemos se merecem gastar os tais milhares de euros por dia. Daqui a pouco saberão eles, se aos olhos do tuga comum, serão bestas ou bestiais. Como não tenho nenhuma vaca, nem nenhum polvo para me tirar a dúvida, só me resta esperar o fim do jogo, para saber se vou ao armário buscar a bandeira, ou se a deixo ficar por lá. Guardadinha. Se bebo mais uma mine e me lixo para o resto, ou se volto a pensar no resto.

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