segunda-feira, 25 de junho de 2012

Povo, mais manso do que nobre

Não importa de quem vem a moção. A questão é se concordamos ou não. Aqui neste cantinho luso, não é essa a prática, usa-se a hipócrita fidelidade às ordens do partido, ao qual se obedece cegamente, seja-se filiado, ou simpatizante.  Se vem dos comunas, a direita não aprova, se vem dos "fachos" a esquerda bota abaixo. Assim tem sido este fandango nacional. Não existe a preocupação de analisar a causa e os seus propósitos, e após, dizer livremente - concordo, apoio, subscrevo, ou não. Esta é mais uma gritante diferença entre o tuga, e outros povos, tal como o espanhol. Aqui ao lado a malta defende causas e ideias, manifesta-se na rua, sem ligar a manipulações partidárias. Enquanto o espanhol toca a reunir, o tuga faz assim umas coisinhas light muito queque, e rosna nas redes sociais, mas na prática, não se assume, não vai à luta, não se compromete. Em vésperas de uma importante meia-final futebolística, são gritantes as diferenças - enquanto o espanhol está convicto de que vai ganhar, e apoia incondicionalmente toda a equipa, o português, em geral, já está satisfeito por se ter "chegado tão longe". Conformado antecipadamente com a previsão da derrota, e vai criticando entre dentes. Hoje, os comunas irão apresentar uma moção de censura ao governo. Vão ser chamados de anti-democratas, de desestabilizadores, de formiga no carreiro em sentido contrário. Olhando para o estado deste país, e chamando os bois pelos nomes, logo, culpando-os, não consigo entender porque é que todos os prejudicados não se levantam e gritam bem alto a sua revolta contra toda a classe política, comunas incluídos. E censurem, sim senhor, porque não censurar é pactuar, é aceitar.

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