Não deixa de ser curioso e estranho este estado de espírito, de me ter afastado destas escritas, até porque gosto de as postar, gosto de registar por aqui parte de mim, aquela parte que achamos bem divulgar e partilhar, dado que ao restante, aquilo que por vezes nos tenta a abrir para fora, tem, em nome de tantos motivos, de se resguardar no recato. Isto, do foro íntimo.
No que toca ao dia a dia, não há falta de motivos de inspiração,antes pelo contrário, existe uma quase fonte inesgotável de pontos (passa neste momento na rádio a última dos Azeitonas, mais um ponto, à primeira audição, tem ali um bocado de psico-chickn, dos Talkin Heads) de interesse, sem falar das autênticas bombas com que somos premiados constantemente, ele é o papa e os pobres,ou o regresso do sócrates, ou o Chipre e o dinheiro debaixo do colchão (se o houver), o belmiro e os salários low-cost, a clarividência da Clara, no eixo-do-mal, a dizer aquilo que venho dizendo há anos - que a nossa esquerda, na prática, joga na direita.
Poderia falar das músicas, essas sim uma constante fonte de renovação, por mais parecidas que pareçam, porque afinal, sempre que se quer,podemos modificar a canção, ou porque os públicos nunca são iguais, ou porque visitamos novos espaços, fazemos novos amigos, e revisitamos outros, em partilhas de uma comunhão que só quem tem a veia de artista, entende.
Eventualmente, poderia ter-me queixado por aqui, de uma coisa que me enfiaram pelo corpo dentro (imagine-se onde) na prevenção daquela doença cujo nome evitamos pronunciar, e providencial que foi, dado que, segundo os resultados, mais um ano passado, e seria tarde demais. Quem sabe não foi este o motivo, mesmo que eu não o saiba, ou não o admita, de um certo abandono ao cantinho dos meus desabafos, porque uma coisa é vermos os receios e os medos nos outros, outra, é vê-los em nós.
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