sexta-feira, 29 de março de 2013

a guerra dos decibéis

Entra pela loja dentro, aos berros no telemóvel, atrás dela, o trio de crias, igualmente barulhentos. A pessoa de serviço, na loja, aguarda e reza para que a ligação seja curta, e a suposta cliente se cale, e cale as crias, que entretanto iniciam o ritual de mexer e remexer em tudo por onde passam. Mas ela não se cala, grita e berra, no seu dialecto, que não me deixa de ser familiar, mas neste volume não há quem aguente. Em contra-ataque, o gajo da loja saca de dois telecomandos, como se pegasse em dois colts do far-west e dispara directo e certeiro à secção de tv's, colocando-lhe os volumes no máximo. A Torre de Babel estava instalada, as três pequenas berrantes criaturas, a criatura maior, e a meia dúzia de led's e lcd's, impunham a plenos pulmões e alto falantes os seus decibéis. Mas a cereja no topo do bolo estava para vir - eis que toca o telefone da loja, e esforça-se o lojista por se fazer escutar. E eis que de repente, a mãe,sem dialecto, ordena às crias, a retirada, sem dizer ao que vinha. Ainda a ouviram a dizer à saída, que não se podia estar ali dentro, com tanto barulho, enquanto, os tv's eram silenciados.
qualquer semelhança entre esta ficção e o meu quotidiano é mera coincidência.

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