segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

prenda de Natal

O Carlos vive na minha rua. Os filhos do Carlos sempre foram doidos pelos habitantes de quatro patas lá da minha casa. Relutante o Carlos e a mulher, nunca quiseram um animal em casa. A justificação é velha - que dá muito trabalho, que é uma prisão. A recente partida da minha Pantufa, e a chegada do Dunga, foram vividas intensamente no seio daquela família. Neste Natal, sem o saberem os meninos vão ser presenteados com aquilo que julgavam ser inatingível, um cão. Diziam-me os putos aqui há dias, pedimos um não-sei-quê de jogos de presente, mas o que a gente queria mesmo era um cão. Dei uma palavrinha ao Carlos. O pai reuniu com a mãe, e ambos chegaram à conclusão de que esta escolha fará dos filhos pessoas bem mais saudáveis e responsáveis, com a convivência do pequeno ser, do que viverem as frustrações que sempre sucedem à euforia de um novo videogame. Tocou-me a notícia, e a nova justificação. Concordo vivamente. Basta-me recordar a carinha de alienados dos putos, pequenos e grandes, de volta das suas tablétes.

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Sputnickadelas