domingo, 25 de março de 2012

Vou começar a mexer a bica com o dedo



Chateia-me beber o galão em copo muito quente, e por isso, na pastelaria do senhor Gabriel, acostumei-me a pedi-lo naqueles suportes cromados com uma asa. Hoje foi-me negado! Porquê? pergunto espantado. Porque foi proibido. Proibido??? Sim, tivemos de os retirar, porque tem a ver com qualquer coisa de contaminar não sei das quantas, e vá lá que não me multaram. Abri metade da boca. E há mais, qualquer dia as colheres da bica também acabam, e passamos a servir aquelas tipo pauzinho, em plástico. Fiquei boquiaberto.

Por esta linha de acção, coerentemente, num futuro próximo, as refeições serão servidas ao estilo classe turistica nos aviões - copo e talheres de plástico, e pratos nem pensar. Comeremos ao estilo pocilga, qual javardos, como se vê nos locais fast food. E tudo em nome de uma hipócrita legislação que falsamente pretende defender os consumidores das agressões de uma suposta falta de higiene. Não se preocupam os iluminados que determinam estas normas, em verificar o que realmente pode prejudicar a nossa saúde, e aí teriam de começar pelos políticos que só não nos envenenam o ar que respiramos porque também o respiram. De resto, aqui deixo uma pérola ouvida algures, que deita por terra qualquer norma protecionista, no que toca a higiene, dita por alegado chef de uma enorme cozinha, responsável por colocar comidinha bonita em pratos pagos a peso de ouro a ilustres engravatados, seus amigos, suas esposas, secretárias, filhos e netos ( e peço desculpa pela linguagem, mas isto só tem piada (e nem tem, porque dá que pensar) se for enunciado sic ) "nunca se esqueçam que a mão que confeciona a vossa comida, é a mesma que pega no papel que limpa o cú". Quem sabe os que se preparam para interditar a colher da bica, não se deliciaram, inocentes, em repasto elaborado após satisfação fisiológica da mão que lhes embalou a comidinha.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Sputnickadelas