segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

reveillons, anos velhos, anos novos, troikas e afins

A pergunta é mais que batida, e a resposta mista com nova pergunta, ainda mais batida é, Então como foram essas Festas? - Foram boas, passaram-se, e as tuas? - Olha também foram. E blá blá blá. De resto bem vistas as coisas, acorda-se de um ano para o outro, sensivelmenteme na mesma, partindo do princípio que alguns excessos possam ter sido cometidos, mas nada que não passe depressa. Acho muito bem que a malta se divirta, bem como não acho piada a quem vive a noite como se fosse a última. Dizer que naquelas horas devemos esquecer os problemas e ser felizes, não me encaixa. Prefiro construir os meus pólos de felicidade, e tentar ter os problemas debaixo de olho, o quanto baste, e o quanto possa enfrentá-los. Por consequência, na prática encontro-me sempre em stand by para momentos de felicidade, fora do calendário estipulado, sem contudo implicar este modo, a tristeza nos dias oficialmente festivos, como no caso desta última passagem do calendário, umas das poucas em que não estive agarrado à viola. Não a passei como queria, mas passeia-a bem, entre chopsois e um embarque imprevisto. No que toca aos problemas, finda que foi a época oficial das Festas, que este ano me soaram a uma mistura de canto do cisne da euforia consumista, com uma trégua disfarçada dos nossos mandantes, será de bom tom a tomada de consciência do tema - mudar de vida. Bem como da actualização do célebre dito de Mário Soares, nos longínquos anos da primeira visita do FMI aqui ao burgo - temos que viver com aquilo que temos. Agora em nova versão, revista e actualizada - temos de viver com aquilo que não temos, e sem aquilo que deixámos de ter. Como já ando a praticar desde o ano velho, tenho esperança de não estranhar muita a diferença, neste ano que se diz, novo, e poder viver os meus momentos de felicidade que não têm data nem local marcados.

2 comentários:

  1. Completamente de acordo, felicidade com hora marcada, não é felicidade, é apenas teatro, veste-se um adereço e vive-se uma cena num cenario efemero, tudo sem valor!

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Sputnickadelas