sábado, 10 de agosto de 2013

Vou pró bailarico

Diz-se que tudo a seu tempo, e que tudo tem seu tempo. Hoje, ao relembrar que nesta altura do ano, eu andava a correr o nosso Portugal profundo, em bailaricos sucessivos, alternando entre noites pouco dormidas, viagens de carrinha a abarrotar, as actuações, a mochila que ao fim de 4 ou 5 dias parecia o cesto da roupa suja, dei-me conta que já não tinha pachorra para tal. Isto por culpa da idade, mas também porque no que toca ao panorama dos bailes de província, e todos em geral, não houve evolução. Hoje toca-se com mais aparato, luzes, equipamento, bailarinas e tudo, mas a qualidade piorou e o dinheiro que se ganha diminuiu. Fica-me alguma nostalgia dos mais de 30 anos que andei literalmente pelos caminhos de Portugal, mas não a vontade de regressar.

Congratulo-me por ter tido a inspiração de iniciar o projecto a solo que tanto prazer me dá, me renova dia a dia na música, onde todas as semanas há novidades, mesmo que em canções antigas, tais como as do Joe Dassin que pretendo abordar na próxima semana. A excelente noite de ontem, repleta de gente que saiu satisfeita pelos bons momentos passados, o vislumbre da noite de hoje que se adivinha alegre, confirmam-me que fiz a escolha certa no momento certo.

Sobre a foto acima:
Está aqui quase todo o grupo Código. A foto é dos anos 70, feita em Santarém, a caminho de destino mais a norte. Os músicos, pesos-pesados: da esq. para a dta - o Raminhos, trompete e trombone, mais tarde Grupo de Baile, Loucuras, Salsa Latina, etc ; o Virgílio, vocalista, vindo dos Hossanna, uma super-banda rock da Trafaria; ao lado, o Fernando Emanuel, teclista, hoje maestro, em Amesterdão; o João Mário, saxofonista, depois Grupo de Baile; em baixo, o Alcobia, baterista, e eu, que mais tarde integrariamos os Iodo. Faltam aqui na foto, o Jacinto, trombone, que viria a ser maestro da banda da GNR, e o Zé Tó, baixista. 

Esta banda tocava, desde Blood, Sweat & Tears, Chicago, Ekseption, Peter Frampton, Phill Collins, Stevie Wonder, MPB, música latina, à Maria Papoila ou a Pomba Branca, tudo num grande rigor, nada a ver portanto, com as pimbalhadas que se escutam hoje nos bailes.
Digamos que neste caso específico, o dos bailes, houve um 25 de Abril ao contrário.

A nossa agenda marcava-se com muitos meses de antecedência, e fomos muito bem pagos para a época. Servíamos também de banda de suporte para a grande maioria dos cantores famosos da época, e alguns deles ainda andam por aí, tais como o Marco Paulo, a Ágata, que na altura tinha o nome Fernanda de Sousa, a Rosita Afonso, hoje Rosa do Canto, o Calvário, o Artur Garcia, o José Malhoa, a Lenita Gentil, a Maria José Valério, e já não me lembro de mais. 

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