segunda-feira, 13 de agosto de 2012

santa ignorância

Num dos pequenos intervalos havidos no casamento onde fui tocar no sábado passado, junto-me ao pessoal que serve as mesas da boda, em merecida pausa, engolindo uma "bucha" à pressa, e dando descanso às pernas. Diz-me um deles - aquilo que você toca é karaoke, não é? Nem tive tempo de abrir a boca, logo salta o chefe de sala em defesa da minha arte - és mesmo burro, então não vês que o homem toca e canta ao vivo? E logo outro se mete na conversa - gastei um dinheirão com o meu filho, numa viola, para ele aprender, e agora está lá parada a um canto, ele é bom é na playsation isso é que ele joga bem! E diz isto assim como quem diz que se o filho não tem queda para letras tem-na para as ciências. E nisto pegam-se todos numa discussão sem pés nem cabeça sobre os benefícios e malefícios da música, e dos video-jogos, como se comparações houvessem.

Sorte que chega o patrão e todos se levantam a fim de dar continuação ao trabalho. Eu, por ali fiquei mais um pouco, calado com estava, até porque a conversa não merecia palavras minhas, e porque havia que poupar a voz, para as canções que se seguiram.

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Sputnickadelas