segunda-feira, 20 de agosto de 2012

a nossa mochila pode e deve ser perpetuada

mochila I
A propósito daquilo que carregamos durante a vida, umas tralhas devem sim, ser carregadas, e outras, simplesmente anuladas. Cabe a cada um de nós decidir sobre quem, e o que, vai e quem,  e o que fica. Nos últimos dias tenho dedicado alguma parte do meu tempo a vasculhar por casa, as fotos. As que sempre foram minhas, e as que vieram por circunstâncias várias. Dou com fotos de 192e tal, totalmente desconhecidas, viro-as, na busca de um apontamento, dedicatórias. Decidi-me por revê-las e tratá-las. Fotografando cada uma delas, e depois de editadas, colocá-las num blogue que certamente só interessará aos amigos e parentes mais chegados. Não é apenas uma forma de conservar pro via moderna, estes testemunhos de papel. É também uma forma de reviver os momentos e as vidas que elas contém. Tem sido uma saborosa viajem, aos passados, misturada com alguma nostalgia e saudade, principalmente daqueles que já partiram. Não alinho muito no ditado - recordar é viver, pois viver é, para mim, presente e futuro. No entanto sabe bem recordar, como neste caso, a foto acima, onde aos meus tenros três ou quatro anos de idade, brinco tal qual vim ao mundo no quintal onde existiam galinhas, patos, coelhos, couves, oliveiras e tudo o mais que a foto não capta. Já me esquecera destes tempos. Não fosse a foto, não os revivia.
mochila II
Ando a ler os cadernos de Lanzarote e a dada altura, Saramago conta que numa sessão de autógrafos, assinou de uma rajada um exemplar de todos os seus livros publicados até à data. 30 contos de livros e para a mesma pessoa. Indagado o comprador, a resposta foi esclarecedora - divorciei-me, e os livros ficaram todos na outra casa. Assim são as mochilas, por vezes há que começar de novo, sem esquecer os velhos pertences.

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Sputnickadelas