Coloco o telemóvel no sítio onde não devo. Manuseio sem cuidado um pequeno amplificador, que levo para testar o meu som ao vivo, e catrapum, telemóvel partido. Depois de me chamar nomes da pior classificação, pré e pós acordo ortográfico, e de olhar umas quinze vezes para o cadáver, conformo-me. Da conformação passo à reflexão. De como seria a nossa vida sem a lista de contactos, sem os mails, sem os documentos, as fotografias, os trabalhos, as idas ao banco, aos parceiros de trabalho, e todo o resto de actividades e acções directamente relacionadas com os telemóveis, e pc's, principalmente. De facto, estes companheiros tornam-se inseparáveis de nós. Sem nos darmos conta, uma grande parte da nossa mobilidade e funcionamento do dia a dia, seja em trabalho, privado, ou no plano lúdico, está guardado ali, naquelas caixinhas, que deixando de cumprir o seu papel, nos deixam como baratas tontas. Não gosto de dependências. Irrita-me saber que sou, em parte, refém deste modo confortável de viver, mas por outro lado, tão frágil. Tão efémero. Em forma de achega à minha reflexão, a meio do serão musical uma violenta trovoada, veio estragar a festa, as falhas de energia eram frequentes, e prudentemente, os equipamentos foram desligados, e cantou-se à capela, à luz da vela. Simples e castiço. O telemóvel, esse, é que não reanimou.sábado, 30 de abril de 2011
Tou xim?
Coloco o telemóvel no sítio onde não devo. Manuseio sem cuidado um pequeno amplificador, que levo para testar o meu som ao vivo, e catrapum, telemóvel partido. Depois de me chamar nomes da pior classificação, pré e pós acordo ortográfico, e de olhar umas quinze vezes para o cadáver, conformo-me. Da conformação passo à reflexão. De como seria a nossa vida sem a lista de contactos, sem os mails, sem os documentos, as fotografias, os trabalhos, as idas ao banco, aos parceiros de trabalho, e todo o resto de actividades e acções directamente relacionadas com os telemóveis, e pc's, principalmente. De facto, estes companheiros tornam-se inseparáveis de nós. Sem nos darmos conta, uma grande parte da nossa mobilidade e funcionamento do dia a dia, seja em trabalho, privado, ou no plano lúdico, está guardado ali, naquelas caixinhas, que deixando de cumprir o seu papel, nos deixam como baratas tontas. Não gosto de dependências. Irrita-me saber que sou, em parte, refém deste modo confortável de viver, mas por outro lado, tão frágil. Tão efémero. Em forma de achega à minha reflexão, a meio do serão musical uma violenta trovoada, veio estragar a festa, as falhas de energia eram frequentes, e prudentemente, os equipamentos foram desligados, e cantou-se à capela, à luz da vela. Simples e castiço. O telemóvel, esse, é que não reanimou.quinta-feira, 28 de abril de 2011
Vinis de Culto

quarta-feira, 27 de abril de 2011
em baixa

Portugal está murcho, despetalado, despojado. Sente-se nos foruns das rádios e das tv's, nos concursos, nas entrevistas - qual a sua profissão? - ex-qualquer-coisa, desempregado - escuta-se. Cada notícia agrava mais o estado pessimista, ou realista... dos que, tendo pouco, receiam ficar sem nada, e daqueles que tendo muito, caso não andem distraídos ou a assobiar para o lado, receiam ficar sem parte das suas regalias, ou mesmo serem vítimas da cobiça do seu próximo. A insegurança, o medo, o desalento apodera-se com as suas raízes do colectivo nacional. Opta-se pelo avio na farmácia, ou pelo cabaz de compras? Junta-se o aviso de corte de fornecimento da água, aos restantes. E enquanto tudo isto aqui em baixo se vai passsando, de forma dramática, e irreversível, porque luz no fundo nem vê-la, lá em cima, os outros entretêm-se a escrever bacoradas foleiras no Facebook, a mandar recadinhos uns aos outros, a fazerem queixinhas, num total marimbanço e desprezo por aqueles que lhes sustentam as mordomias. Longe vão os tempos em que uma frase andou muito em voga, por ocasião de uma crise bem menor do que aquela em que nos encontramos - temos de viver com aquilo que temos. Aplicada aos dias de hoje, equivale a dizer que se o que temos são dívidas, é com dívidas que vamos viver nos próximos anos. Nós, os de baixo, que nem sequer fizemos nenhuma parceria, nem percebemos nada de deficits.
terça-feira, 26 de abril de 2011
o meu 25/04/74
Os vinis do Sérgio, do Mário Branco, do Zeca e do Letria, que carregava do e para o Liceu, denunciavam o sistema. Por mão da senhora minha mãe conheço o CDE, e escuto aquele estranho hino, Avante camarada, avante. Algo andava no ar sim, mas nada que desse a entender os planos dos militares, que descontentes com a vidinha deles, não a do povo, realizaram o golpe de estado. Acolhi alegre e expectante a novidade, mas também confuso, enquanto vibrante na boleia do entusiasmo de esquerda. Foi para mim difícil, gerir as versões dos mais velhos. A minha mãe a festejar no Terreiro do Paço, o meu pai a torcer o nariz, e a sugerir-me para não ir para Lisboa, o meu candidato a sogro, na época, a desvalorizar a Revolução dos Cravos. Dizía-me este, na manhã de 25 de Abril de 1974, estragando-me os planos de ficar a sós com a filha, a fim de mais uns avanços íntimos, que a seguir à euforia viriam os partidos, e que os partidos só quereriam sacar. Que mais tarde as pessoas se desacreditariam das gentes ligadas à política e suas políticas. Pareceu-me muito mal aquele discurso, daquele possível futuro sogro, reacionário e fascista, logo ali o apelidei em pensamento. Mais me responde aquele homem recém chegado de Santos, perto de São Paulo, para onde emigrara quase vinte anos antes, que a descrença na gente da política foi tamanha, lá de onde ele vinha, que até um hipopótamo, do zoo paulista, o Cacareco, ganhara umas eleições. Ignorante e aldrabão, aquele sogro empata, que ainda por cima me debitava aquelas bacoradas, enquanto eu e a filha, tinhamos as hormonas ali amordaçadas a ferver por baixo das vestes. Muitos anos mais tarde, confiro a veracidade do episódio, a net mostrou-me o Cacareco. E hoje, passados 37 anos, já não me parece assim tão ridículo votar, num animal à séria. Pelo menos estes não mentem nem roubam. Não governam, mas também não desgovernam. Quando me perguntam onde é que eu estava no 25/04/74, eu respondo - a ouvir a história do Cacareco, e a tentar dar uma queca!ainda o Palma
Ainda a propósito do Palma, e das suas bebedeiras públicas, cumpre-me aqui um manifesto. Não de solidariedade, não de defesa, até porque não entendo como aceitável que se ultrapassem limites, quando não estamos no recanto e no recato do privado, do íntimo. Como previ, a degradante evolução do artista, compromete-lhe o que resta de alguma dignidade aceite, pelos olhos daqueles, os tais que referi no post anterior. Aos que não se cansam de escutar o estrela do mar e nele sentem toda a essência do compositor-músico, não se abanam os alicerces da adoração que nutrem por muitas das suas obras. Aos restantes, claro que só lhes sairá a palavra - bêbado. Não creio que Palma se incomode com esses. Palma vive numa outra galáxia, numa espécie de terra dos sonhos."na terra dos sonhos podes ser quem quizeres, ninguém te leva a mal, na terra dos sonhos toda a gente trata a gente toda por igual"
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Deixa-me Rir
sábado, 23 de abril de 2011
Reflexões
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Ah pois é !!!!!
Disseram agora na rádio que os homens do FMI, que estão por Lisboa, ficaram em estado de choque porque para além dos tugas não fazerem népia amanhã, sábado, domingo e segunda-feira, ainda tiveram uma borla com a tolerância de ponto, no dia de hoje. Não sabem viver a vida, os fulanos, é o que é. E ainda não viram nada - as pontes, os plenários às sextas-feiras, as baixas, os hoteis cheios e outras pérolas típicas cá da malta, vão dar cabo deles. Porques estas particularidades, são como a palavra saudade, o fado, a sardinha assada, e o caldo verde - só nós é que as entedemos. Xô FMI, vão mas é trabalhar nos feriados lá para a vossa terra, não venham para aqui ensinar maus costumes à malta. Rua.Estou com o coelho...
... da fotografia! afinal o que tem o coelhinho a ver com os ovos? Ainda para mais de chocolate... se fossem ovos de gema e clara, ainda vai, porque afinal era assunto de capoeira. Haveria uma relação de habitat entendível. Mas como muito bem diz o coelho, ele nada tem a ver a história dos ovos. E se me custa a associar o coelho ao ovo, pior fica imaginar que os ditos, tenham algo em cumum com o lado religioso da Páscoa, porque afinal, neste caso, quem nasceu primeiro, não foi o ovo, nem a galinha, nem o coelho, mas sim, a Páscoa na celebração da ressurreição. E dado que me custa a acreditar no tema da ressurreição, talvez porque sou da linha de São Tomé, resta-me gostar da Páscoa, pelo pretexto de um almocinho reunindo a família possível, sem coelho, mas com borrego, sem actos religiosos, mas com um toque de pecado, o da gula - às amêndoas.quarta-feira, 20 de abril de 2011
Viva o Rei
Roberto Carlos fez ontem anos. Vi-o há pouco, na tv, em pleno espectáculo a receber os parabéns do companheiro, irmão, e responsável por muitos dos seus sucessos, Erasmo Carlos. O Erasmo cantou, você meu amigo de fé, meu irmão, camarada.... emocionaram-se os dois. Emocionei-me eu aqui. O Roberto faz parte com meu cancioneiro desde que em pequenino, comprei os vinis em formato EP, com os exitos do momento, quero que tudo vá pro inferno, o calhambeque, namoradinha de um amigo meu. Nem sempre me agradou, o Roberto, quando desatou a fazer músicas por dá cá aquela palha, como as dos óculos e outras músicas de menor qualidade. Mas isso serão pequenas gotas no caudal de grandes temas que mexem comigo - grande o emoções, como é grande o meu amor por você, outra vez, cavalgada... Se o Roberto Carlos é comparado por algumas pessoas ao Julio Iglesias, eu discordo vivamente. O Roberto é mesmo considerado o Rei no seu país, e por lá vive. Além do mais, compõe, para ele, e para muitos outros. O Julio que o diga.








































