Em recente deslocação a Almada, cruzei-me algumas vezes com o moderníssimo Metro de Superfície, o tão falado quanto odiado meio de transporte, imposto às gentes da cidade, e aos que por lá passam. O gosto que tinha em ir a Almada, perdeu-se na medida em que tenha de estacionar, e no tempo que gasto nas inúmeras esperas nos cruzamentos entre o asfalfo e a linha férrea. Na última espera, longa, diga-se, enquanto aguardava no sinal vermelho, passaram três composições práticamente vazias, desta obra que só serviu aos bolsos de alguns, e num flash revi o esbanjamento dos nossos políticos, vi estádios do Euro 2004, vi os escândalos do BPP e do BPN, vi as Faces Ocultas, as sucatas, os submarinos, os sobreiros, as escutas, o FreePort, a fundação Mário Soares, os diamentes, o Constâncio, o Cadilhe, o Vara, a Felgueiras, o Isaltino, o buraco da Expo 98, e só parei neste devaneio que peca por pequeno, apenas porque o sinal verde abriu.
Para trás ficou o Metro vazio, ficou a imaginação do quanto deve ser dramáticamente difícil entrar e saír de Almada e arredores, nas horas de ponta, diáriamente, e lembrei-me da frase de JFK -
E é por tudo isto e mais alguma coisa que o nosso país está no estado em que está! Caótico!
ResponderEliminarParabéns pelo blogue