
terça-feira, 31 de maio de 2011
Modernices

das Distâncias

segunda-feira, 30 de maio de 2011
egoísmos

Se o passado nos visita sem aviso prévio, nem que seja em forma de notícia dada por portador, amigo cumum, de alguém que em tempos passou pela nossa vida, a sensação pode vestir muitas roupas. Podemos querer saber mais, como é, como foi, detalhes, ou simplesmente pensar que não estamos interessados em saber nada. Pura e simplesmente. Existiu em mim um misto de querer saber apenas se tudo estava bem, se tudo seguiu o caminho de final feliz, mas apenas e só essa notícia, e nada mais, junto com o desejo de que o meu interlocutor não tocasse no assunto, e se limitasse a conversas de circunstância. Mas tal não aconteceu. Ele foi directo ao assunto, colocando-me a par de notícias menos boas. Egoístamente, desejei que esta conversa não tivesse acontecido. Porque me deu algum desconforto no meu serão musical, mas afinal o que é um desconforto comparado com o que me foi revelado? Nada. Insignificante. Egoísta me assumo.
este teve outro sabor

sexta-feira, 27 de maio de 2011
praga
A campanha eleitoral cerca-me. Bem me tento desviar dos seus tiros certeiros mas não consigo, eles estão em todo os jornais, nas rádios, nas televisões, nos debates, ora a falar, ora a berrar. Já lhe conheço os tiques todos, os crescendos de voz, as bandeiras agitadas, o vazio de conteúdos das propostas, o falso popularismo. A novidade, é que apesar da certeza de um único trilho certo imposto pelo FMI, os manequins que andam para aí a fazer campanha, alheiam-se disso, e continuam a assobiar para o lado, e mandar umas bocas uns aos outros. Para tristeza minha, o uso destes métodos não perdeu o seu efeito, pois pelo que escuto nos debates que vão por aí, o povo português, é de péssima memória, e alinha nisto como se a coisa fosse uma espécie de campeonato de futebol. Ou seja, a malta não vai votar em consciência, coisa nenhuma. São as papas e os bolos. Eu, pela minha já manifestada posição de chega e basta, e usando um pouco, o mote do belíssimo texto de Oswaldo Montenegro - Metade, por aqui deixo o meu lamento - se todos pensassem como eu penso, os parasitas que nos governam, não ganhariam mais um tostão dos meus impostos, porque metade de mim não votaria na metade que vai à frente nas sondagens, e a minha outra metade, também não votaria, na outra metade que se segue. Porque metade de mim é desilusão, e a outra metade, saturação.prometido e devido
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Paixões e suas estações
Convencionando que a terceira idade seja após os 60's, não destoará chamar de primeira, aquela que vai até aos trinta, e de segunda, a que compreende entre os trinta e os sessenta. Se é certo que nos amores da primeira idade, não existem apêndices, no pacote da pessoa amada, ou a existirem, estes são desvalorizados, pela força da juventude, e pela intensidade da paixão, na segunda fase, e em regra, o pacote de extras que acompanha a cara metade já soa a cabaz do Natal, cujos productos não pudemos escolher, e ele são os filhos, os encargos, os amigos, a famíla, a pessoa-ex, e respectivo pacote, porque sabemos, tudo está interligado. Nestas paragens etárias, muitas vezes se ponderam junto com o lado afectivo, as particularidades e dimensão do tal pacote. Não havendo amor que baste, o peso do pacote manda a relação abaixo. Ou não mandando abaixo, juntar os trapinhos fica fora de questão. Joga-se à defesa. Coloca-se na balança, de um lado, o sentimento, e do outro, o fatídico pacote. Na fase terceira, muitos itens do pacote, já se foram, e outros deixam de ter peso, ou a consciência de que o tempo não pára, irá determinar e refinar muitas escolhas, principalmente as que vão excluir tudo o que seja supérfulo, daninho e sem verdadeira importância. Talvez porque afinal o ser humano evolui, e aprendendo com as suas falhas, se torna menos imperfeito. Por isso a minha sábia avó dizia que, quando estamos em vias de partir, deveriamos estar de chegada.terça-feira, 24 de maio de 2011
muito triste
segunda-feira, 23 de maio de 2011
das Confianças e das Decepções
No princípio todos confiamos. Em alguém, em algo. Aprende-se, quase sempre a custas próprias, que nem tudo, nem todos, merecem a nossa confiança. Na medida em que a nossa idade avança, as nossas confianças são mais restritas, porém, mais avaliadas, e por isso, menores os riscos da decepção, essa grande consequência da quebra, ou da perca da confiança. Quando chegamos a este mundo, em estado de formatação, confiamos. São os nossos pais, avós, gente chegada, o nosso porto de abrigo incondicional, a confiança neles é total, e para nós, quando em tenra idade, adquirem o estatuto da omnipotência. Ao primeiro raspanete, ao primeiro momento em que caímos e o avô não nos segurou a tempo, à primeira qualquer atitude que uma dessas referências nos desagrade ou desaponte, tomamos as primeiras percepções da decepção. Progressivamente nas várias fases do crescimento, estas e as outras pessoas do nosso mundo, nos vão merecendo a confiança, agora em doses medidas, bem como nos tornamos exigentes, e regateamos, e apontamos as falhas e os erros, se decepcionados. Nos amores, os equilibrios, ou a falta dos mesmos, entre a confiança e a decepção, colocam muitas vezes um ponto final naquele que, à partida seria o amor para o resto da vida. Quanto maior é a dimensão da perca da confiança, maior será a dificuldade em ceder uma chance. As pessoas podem mudar sim, mas pouco, e por isso cabe-nos, como seres inteligentes, contrariar aquela imagem de confiança eterna e submissa do cão cujo dono o agride, e mesmo assim, este lhe abana o rabo. Se decepcionados, para dar nova chance, precisam-se de mudanças inequivocas, de acções, e de compromissos efectivos. Porque já lá vou com trinta e sete anos disto, e por conseguinte, não sou mais o menino confiante, porque atravessei as fases de outros acreditares, porque vivi umas quantas promessas que nunca se cumpriram, não abano mais o rabo, não senhor - estarei de costas viradas à campanha eleitoral, pelas razões invocadas. Deixo aos que eventualmente ainda confiam, porque são novatos, ou pouco inteligentes, e aos que rapam do mesmo tacho da classe política, o meu lugar vago, para assistir nas próximas duas semanas ao circo, que nos vai custar mais uns milhares, pois tal como não há almoços grátis, as campanhas eleitorais custam dinheiro, e todos sabemos que não são pagas pelos partidos, mas sim pelos que abanam o rabo, e pelos que não o abanam. deja vu para mim, só o dos Crosby,Stills, Nash & Young. domingo, 22 de maio de 2011
gentinha porquinha
Já por aqui falei uma vez disto, e não me canso de repudiar - as beatas! Porque terão os fumadores, na sua grande maioria de ser porcos? Porque é que numa esplanada como aquela onde estive ontem, apesar de existirem cinzeiros à disposição, para as mesas, e daqueles grandes que parecem um canteiro, o chão fica inundado das pontas de cigarro com a sua nódoa castanha no filtro? Porque será que na praia, como hoje me dei ao trabalho de inventariar, contei mais de trinta beatas na periferia? Será que para se ser fumador tem de se ser porco? Não creio. Até porque muitas das pessoas a quem observo de cigarro na boca, aparentam um bom aspecto, limpinho, e desinfectado, excepto claro, a boca e os pulmões, mas isso é lá com eles. Também não creio que essas pessoas, cheias de salamaleques, apaguem a beata no chão da sua casa, ou no tablier do seu carro. Que se emporcalhem nas entranhas, pouco me importa, que larguem as pontas cigarro para o meio ambiente que a todos cabe cuidar, irrita-me deveras.a solo
Uma inesperada rouquidão assolou-se-me nas cantorias de sexta-feira. Tal como um carro perde potência gradualmente até se ir abaixo de vez, a voz ía saindo cada vez mais fraca e distorcida. A coisa resolve-se com uns chás, mel, e limão, pensei. Mas não. A hora da esplanada, a aproximar-se, num sábado que prometia enchente, e da voz, nada. Não comparecer foi uma ideia, afinal o corpo é falível. E naquele balanço de vou, não vou, lembrei-me de caçar com cão e com gato. Afinal se durante tantos anos fui guitarrista, porque não brindar o pessoal com uns solos. Foi assim que me apresentei ao respeitável público - a cantar essencialmente Paulo Gonzo e Bilac, aproveitando a configuração vocal, e apresentando umas guitarradas que foram do jazz aos Pink Floyd, passando por Carlos Santana e Gary Moore. E toda a gente ficou contente. Esplanada cheia, e satisfeita. Repita-se.sábado, 21 de maio de 2011
Obama, can
Digam o que disserem, apelem às diferenças das realidades, dos países, das constituções, e mais o diabo a sete, mas para mim, o Presidente, é um chefe, um lider, aquele que está no topo da pirâmide, aquele que governa e (ou) faz com que se governe, e no mesmo barco, quem decide. Um Presidente, para mim, não pode ser uma mera figura ornamental, um qualquer faz-de-conta que sendo substituído ninguém lhe notará diferença. Um Presidente para mim, não pode ser um corta-fitas, um destapa-lápides, nem um enfadado personagem que visita a feira local lá da terrinha, e emborca uns chourços e um tinto, enquanto finge um quase autismo ao que de verdadeiramente se passa à sua volta, e o devia preocupar. Um Presidente para mim, se não tiver obra feita, que tenha pelo menos discurso com garra, com clareza de intenções e ideias, e que acima de tudo, após ser eleito, que cumpra, que seja coerente, que faça uso da honra da palavra assumida, em suma um Presidente Homem, com H, e, ao estilo Bordalo Pinheiro, com eles no sítio. Sendo candidato com passado suf- ou medíocre +, não me leva voto. É homem que não presta, e só vai empatar. Exemplos não nos faltam. Sabemos que um homem só, não faz tudo sozinho, bem como sabemos que nem tudo se decide por uma única cabeça. Sabemos também que nem tudo o que se diz, posse ser a verdade no seu cerne. Mas mesmo sabendo e considerando tudo isto, foi com muito interesse, e atenção que ontem assisti, por acaso, ao 60 minutos, onde Obama relata os caminhos que levaram à operação de eliminação de Bin Laden. Acreditei no Homem, e nas palavras que relataram os actos. Sou de avaliar pelos actos, e não pelas palavras, e sou daqueles que gosta de olhar os olhos das pessoas, e o olhar de Obama, inspira-me sinceridade, não obstante, os actores que já passaram pelas cadeiras do poder dos EU. Espero que as restantes promessas de campanha se venham a realizar, para assim poder saudar aqueles que em tempos indicaram Obama com prémio Nobel, e poder dizer que ele can sim senhor.sexta-feira, 20 de maio de 2011
the long and winding road

É uma das dez músicas mais fantásticas que conheço. Tenho-a dentro de mim desde que o LP saiu em Londres, e mão amiga, na data pertencente à TAP, fez o favor de mo trazer, junto com os singles, Lola, dos Kinks, e love lika e man, dos Ten Years After. Não têm conta as vezes seguidas que escutei este tema sem me cansar, nem nunca me cansarei de o ouvir e sentir, em todos os seus cantinhos, nas vozes, nos coros, nos violinos, na restante orquestração, na beleza da letra. Ando a aprender a tocá-la, e cantá-la. Talvez nunca o faça em público, quanto muito num restrito grupo de amigos, em que as canções vão surgindo um pouco como as conversas e as cerejas. Se o fizer, aos outros, será exigido sentirem-na, porque tal como eu a conhecem de longos anos. A mim, o mínimo que exijo, é que mesmo com as limitações e imperfeições, a saiba reproduzir com a magia que ela, a canção, tem e merece.ansiedades
quinta-feira, 19 de maio de 2011
life is like a box of chocolates
Sempre tive uma relação de clandestinidade com os chocolates, e sempre fui um guloso por chocolates. Guloso, talvez seja pouco, tarado, talvez se aplique melhor. Vem de longuiquos tempos a minha relação de incesto com o chocolate, ao ponto do mesmo me ser escondido sistemáticamente, pelos motivos lógicos - se os tenho à mão, como-os. Como-os é pouco, devoro-os, quando, não os devia comer, mas sim saborear, deixá-los derreter em leves trincadelas, fazendo o doce tabelar entre as minhas mandíbulas homersimpsianas. Lembro-me de quando o meu avô trazia aqueles chocolates de tamanhos obscenos, da Cidade do Cabo, e os amendoins revestidos a chocolate, que a minha avó tratava de esconder no móvel que viajou de Arroios ao Meco, e ainda hoje, vestido à hippie me serve de apoio aos churrascos. Lembro-me de quando a minha mãe comprava aquelas caixas de chocolates envoltos em pratas que depois de bem endireitadas se colocavam entre as páginas dos livros e dos cadernos. Escondia-os a mãe, do filho, e dela própria, pois ela, a mãe, a minha mãe, era e ainda é, uma grande gulosa. O esconderijo foi descoberto, num dia em que o meu faro quase canino detectou a caixa dos gatinhos de chocolate na segunda gaveta da cómoda. Acabaram-se os chocolates, nesse dia, e acabaram-se os armazenamentos da D. Maria de Lurdes. lembro-me do único doce que sei fazer, decentemente, a mousse de chocolate, de lhe rapar a tijela, e de descer de madrugada ao frigorífico, para me deleitar em lambuzadelas servidas em colher de sopa, de referida mousse. Lembro-me dos chocolates que comprava propositadamente para saborear com um bom scotch, ou seria pretexto da ingestão de ambos? Hoje, encontro-me em situação semelhante, mas por motivos menos óbvios, mas igualmente louváveis, a degustar a conta-gotas os mais soberbos chocolates do planeta, dadas as circustâncias, as menos óbvias, juntamente com a promessa que tento manter, de não fugir a uma dieta em modo light. Hummm, acho que vou ali ao esconderijo tirar só mais um bocadinho...só hoje.terça-feira, 17 de maio de 2011
o fim último da vida não é a excelência
segunda-feira, 16 de maio de 2011
khan-khan
Cada vez me sinto mais out deste novo mundo, ou então o mundo, ou parte dele está out e enfermo, e eu, saudávelmente lúcido, e lógico - quem me pode explicar o que é que o cú tem a ver com as calças. Por outras palavras, lá porque o manda-chuva do FMI, é alegadamente tarado sexual, e se o for, é também um grande porco, porque carga de água, tem de haver agitação nos mercados bolsistas? Será que o FMI é apenas este tipo? Porque haverão quedas, por surgir uma notícia que aparentemente nem surpreendeu muita gente? A surpresa do caso, não foi o caso, mas sim a detenção. Será que por cada alegado impulso sexual as ações vão descer? Decididamente, não vejo lógica nesta aparente fragilidade dos sistemas e das instituições.bostas
Difícil escolher entre a bosta menos bosta, dos programas televisivos do serão de domingo. Entre a encenação mal fingida de um big-brother sem qualquer nexo, da 1, a humilhação dos gordos na SIC, e a estadia dos ?famosos? na TVI, decidiu-se pela última, porque ao menos as paisagens e as suas gentes são verdadeiras, bem como o serão as bostas dos pastos dos animais. No entanto por ali também, muito do exibido, é fingido, embora a tentativa de fazer parecer que os convidados estão ali a sofrer horrores, possa convencer alguns crédulos espectadores. Se outros detalhes não houvessem, os nativos traem-se nos sorrisos que exibem, quando deveriam estar fulos da vida, na verificação às ofensas das suas ancestrais tradições. Desculpemos os nativos, pois actores são os outros. Não engulo essa de que eles comem, defecam, e exercem a higiene dos nativos. Estou certo que longe das câmaras, existirão confortáveis tendas à Kadafi, para todos os participantes e para o staff que assegura as filmagens. Achei nojento e de total despropósito, a imagem da morte de um animal, e a consequente simulação dos ?famosos? a beberem o sangue do bicho, ou das imagens de cães a abocanhar porcos. Não deixa de ser interessante verificar que no mesmo país em que histéricamente uma asae obriga a que toda a alimentação seja amuquinada, passem imagens de pessoas que até aparecem nas revistas a comer com as mãos e com as moscas, a beber leite sem ser pasteurizado, a matarem bezerros, e beberem do seu sangue. É que as crianças, como se sabe, também vêm estas aberrações, leia-se o programa, e nunca a genuinidade destas tribos.domingo, 15 de maio de 2011
os Roazes

sábado, 14 de maio de 2011
nariz na porta
Desde 5ª a meio dio serão, até hoje, quando vim a pc, que dei com a porta fechada desta coisa dos blogs, nem aqui, nem nos retratos, ou naqueles que sigo e cusco, tive acesso. Desconfortável, embora não uma tragédia, sofrer estes contratempos das novas tecnologias. Há duas semanas foi-se um telemóvel e uma pequena história dentro dele foi-se também, dado que o meu relaxe não assegura as cópias de segurança para a posteridade. Com este apagão dos blogs, receei ter perdido parte das fotografias que por ali depositei, mas também o acesso às minhas escritas, e às daqueles a quem visito. Seria pirataria do Facebook? pensou a minha maldosa mente. Mas parece que tudo voltou ao que era e podemos, saborosamente por aqui ir debitando os nossos interiores d'alma. Mais uma vez o confronto entre o tradicional e o virtual, se depara, dando lugar à questão fatalista - e se um dia isto tem uma travadinha? e se cracha? e se o que está guardado, pura e simplesmente desaparece porque alguém algures carregou num potente "esc" ou "delete"? quinta-feira, 12 de maio de 2011
quarta-feira, 11 de maio de 2011
será o canto do cisne?
Quando há cerca de quatro anos decidi largar as bandas, vulgo conjuntos, fi-lo com a total convicção de que era chegada a data da mudança. As razões, muitas - começara nos palcos aos catorze anos, e poucas foram as pausas durante décadas. Já se tornava difícil aguentar as sucessivas actuações, por vezes de cinco horas, as noites não dormidas, e a idade a cobrar um CV desses anos todos, dos muitos palcos, das muitas terras e gentes que conhecera. Para trás ficou um percurso, tanto profissional como em modo lúdico, que recordo com muito agrado e até algum orgulho. Mas foi definitiva a decisão - porta fechada. Em boa hora, vi o excelente trabalho de voz e viola acústica do VP, que me serviu de mote e inspiração para abrir uma nova porta, e que todos os dias, me faz descobrir qualquer coisinha num tema, ou uma ideia de um novo ritmo para testar nos agora calmos palcos que piso, e no meu cantinho das violas. Comigo mesmo, egoístamente ensaio, toco, pesquizo, quando me dá na gana, sem compromissos, sem obrigações. E que bem que se está assim, porque já se encheu o papo, em época certa, do contrário.última hora
Considerando que alguns restaurantes consigam sobreviver à crise, a manter as suas portas abertas, Sócrates, inspirado na sua eloquente, esclarecedora e inédita comunicação ao país - do que não é - do que não vai acontecer - decidiu estender o conceito. Por isso decretou que a forma de divulgação das ementas destes estabelecimentos, deixará de mencionar o que estes têm para servir, mas sim AQUILO que estes não têm. De igual modo, diz-se pelos corredores do Rato, que estas medidas se vão estender aos transportes públicos, assim do género - este autocarro não vai para o Cais do Sodré, Damaia, Cruz Quebrada, nem para Chelas, nem.... parolos sim senhor
Dizia-me hoje de manhã, o amigo espanhol, acostumado pela profissão a outras europas que não as da península, e a propósito das próximas e eleições - vocês são uns parolos. Aquilo custou-me a digerir. Vem-nos logo à guelra a defesa do puro luso, perante a arrogância castelhana, e apressamo-nos a rebuscar os seus telhados de vidro, e outras fraquezas, a fim de tentar equilibrar a coisa. E remata, quando ainda estou meio zonzo da primeira agressão - é tudo clientelismo, e pessoas erradas nos lugares que ocupam. Reflito e pauso. O lotito tem razão, ele sabe que eu sei que o modo de abordagem da sua empresa, funciona em moldes diferentes, consoante o país em vista. Ou seja, se vão oferecer os seus productos e serviços à Alemanha, mostram competência, rigor, e valores competitivos. Se os vêm oferecer a Portugal, subornam.terça-feira, 10 de maio de 2011
viajar de rabinho apertado...
informação rasca
A notícia é tirada a papel químico de outras que já cansámos de ver. Numa versão, a da autoridade anuncia-se resistência à detenção, recusa na identificação, apedrejamentos, incêndio de caixotes do lixo, e tentativas de agressão às forças da ordem. Do outro lado, brada-se a inocência, o presúmivel, os tiros para o ar, a inocência. Se uns dizem que estiveram ameaçados por mais de cinquenta, os outros garantem que eram apenas dez, e crianças. Não sei a quem servem estas notícias, não sei por que carga d'água se dá voz, a quem notoria e cegamente, deturpa todos os factos, tentando transformar agresores em vítimas. Não sei se esta gente que, em nome de uma fingida liberdade de informação, dando tempo de antena sensacionalista, a quem pactua com roubo, extorsão e violência, não entende que todos somos possíveis vítimas do esticão, do car-jacking, do assalto. Gente rasca, estes que colocam no ar os inocentes coitadinhos, a manifestarem a sua indignação, dando de certa forma, pela calada, força a esta gente, e colocando as forças de ordem no papel de mauzões. Não me chateia nada, que me peçam a identificação. Se ma pedem, é porque estão a trabalhar. E se trabalham é porque andam por aí. Se não andassem, eu estaria bem mais preocupado, e sentir-me-ía bem menos tranquilo, mesmo considerando que nem todos sejam exemplares no exercício da sua profissão.segunda-feira, 9 de maio de 2011
luta, luta camarada, luta
Não lhes acho muita piada, contudo também não me incomodam, apesar de incomodarem outros. Talvez sem eles mesmo se darem conta, criaram uma onda, uma moda, e uma boa fonte de rendimento, pois é giríssimo gostar-se desta dupla, que veste à anos 70, e aplica a fórmula revivalista do apelo ao combate, em acordes, não mais que Dó, Fá e Sol. Com efeito esta gente, que os Homens da Luta retratam, existiu, vestiam mais ou menos assim, tocavam nas suas violas ronfenhas os únicos dois ou três acordes de iniciação musical que conseguiam tocar, e debitavam palavras incendiárias, numa de Maria-vai-com-as-outras. Foi um período em que esta praga tomava de assalto qualquer palco, em qualquer lado, numa clara tentativa oportunista de colagem à recente situação de viragem política, e também de obterem através do Dó-Ré-Mi, e do "fascismo nunca mais" cantarolado, um tacho para anos vindouros. A colagem desta gente, e não só, ao grande mestre que foi Zeca Afonso, apenas foi conseguida no figurino, entenda-se, a boina, os óculos e os trapitos, porque de resto, nem de perto, os falsos cantores-compositores, não tinham ponta por onde se lhes pegasse. Ficaria bem aos rapazes da Luta, uma referência, uma vez ou outra, ao Zeca, separando as águas, e esclarecendo quem, possa confundir o trigo com o joio. De resto os bonecos, são bem conseguidos, o megafone é de facto indispensável, e em nome da coerência histórica, que conste que nos tais anos 70 ainda não havia Gel, o que a malta punha era brilhantina, brillcream.sábado, 7 de maio de 2011
excerto...
escalpe
quinta-feira, 5 de maio de 2011
Aprender, aprender sempre
O mais guerreiro, mesmo a viver na selva nunca transpira no seu maiô. A sua palavra preferida - estás preso em nome da Lei!!!
O fantasma de sonho de muitas mulheres. O sua posição preferida? Bem esta parece que é uma delas...
Nesta foto, o fantasma encontra-se à direita. A sua posição, atrás no indivíduo da frente. A sua palavra - não disse.
Exemplar muito raro, em flagrante acto de esboço de tentativa de dizer aquilo que mais gosta de pronunciar - não me pronuncio.quarta-feira, 4 de maio de 2011
Patetices
Hoje a locutora na rádio debitava de sua justiça, a sua, presumível, opinião sobre estar-se apaixonado, e sapiente descrevia que quando se está nesse estado se dizem e se fazem muitas patetices, como se tratasse de um caso de demência, ou irracionalidade, e ridículo. Desconheço a pessoa que assim falou para os ouvintes, tal como desconheço os motivos que a levam ao menosprezo pelo estado de paixão. Se as teve, se nunca as teve, se quis ter, também não sei. Tão pouco me interessa saber. A ninguém é lícito desdenhar dos sentimentos e emoções, que não os seus. Porque os dos outros, a esses pertence ajuízar. E esses, aos outros todos, onde me inclúo, que de rádio sintonizado no posto da radiofónica descrente da paixão, temos plena liberdade de sentir e avaliar as nossas paixões. Se se é patético, não importa, porque quando se vive o tal estado, o da paixão, o mundo ganha outras côres, outros aromas, os sentidos à flor da pele, e tudo parece inconfundivelmente mais belo. E se fazemos aparentes loucuras e patetices, elas não o são, porque sendo dedicadas à pessoa, e só à pessoa, são sempre acolhidas com igual sintonia, com olhos que vêm aquilo que os de fora não conseguem ver, porque são patetas.terça-feira, 3 de maio de 2011
equilibrios
Cada dia que passa me dá mais a tentação de me casular, de me reservar num autismo, como que se num casulo vivesse, e nesse meu casulo, só entraria quem, e o que eu permitisse. Cada dia que passa me dão mais apreensão as antevisões do futuro, que certamente não será de pertença divina. Cada dia que passa me doi mais "estar actualizado" com as notícias, contudo, é pertinente "estar", não tenho perfil de avestruz. Cinzentos são estes dias, que contrastam com os azuis, esses que mesmo em tons de cinza no céu, são azuis e livres, aqueles em que me desligo em parte deste mundo, não ouvindo notícias, mas apenas a música desejada, não lendo nada mais do que não queira ler, nem falando com quem não me apetece escutar. Contas e números nem pensar. Fica tudo à porta do meu casulo. São os dias em que o relógio não existe, apenas as vontades são aceites. segunda-feira, 2 de maio de 2011
morre a abelha-mestra, não o cortiço
Dão-no como morto. Altos dirigentes das nações, confirmam-no em público. O que leva acreditar que desta vez é que foi. Se tudo foi feito como relatado, a decisão foi acertada, matar sem piedade, e largar o corpo em zona inacessível.dia triplo









